domingo, 29 de abril de 2007
Polêmica em capa do Alabama Thunderpussy
Artigo do Imhotep aponta a semelhança "muito grande" entre a capa do "Open Fire", recém-lançado pelo ALABAMA THUNDERPUSSY, e o "Lwy Ognia", de uma banda polonesa chamada... OPEN FIRE!
Compare abaixo as duas capas:
A arte gráfica da capa do CD do Alabama foi assinada por Ken Kelly, que já trabalhou com KISS e MANOWAR, dentre outros, mas ao que consta não teria sido autor da capa do disco da banda OPEN FIRE, gravado em 1987 (Nota: o artigo diz que este disco é "inédito", mas ele de fato já circula há um bom tempo por aí... provavelmente ele simplesmente não foi lançado na época e talvez a versão que exista - que por sinal pode ser facilmente encontrada na internet - seja pirata).
O baterista do Alabama, Bryan Cox, comentou sobre o assunto: "Nunca tinha visto este disco antes. Pagamos direitos autorais para Ken para usar esta imagem, que até onde sabemos, nunca havia sido usada antes na capa de um disco. Achamos que na realidade a tal banda polonesa é que 'roubou' esta imagem, e por sorte o disco nunca foi lançado, senão a banda seria processada".
"Quem quiser discutir o assunto, deve entrar em contato com Ken", finaliza Bryan.
Traduzido de: Imhotep
Vocal do System of a Down prepara CD solo
De acordo com a Launch Radio Networks, o vocalista do SYSTEM OF A DOWN, Serj Tankian, já está com tudo preparado para o lançamento de seu primeiro álbum solo, intitulado “Elect The Dead”. No momento, o trabalho está passando pelo processo de mixagem e o lançamento está agendado para meados de setembro ou outubro.
“É um álbum de rock, com uma sonoridade épica e com os mais diversos instrumentos, as mais diversas camadas, mas definitivamente é interessante”, explica Tankian aos risos. “Não sei falar muito bem sobre a minha própria música, sou do tipo que espera as pessoas tirarem as suas próprias conclusões. Mas foi excitante trabalhar nele. Tive a mesma energia de quando gravei o primeiro trabalho do SYSTEM”, reiterou.
Tankian tocará uma música inédita de seu debut solo neste fim-de-semana, junto com o FAIR TO MIDLAND. quando acontece o Coachella Festival, em Indio, na Califórnia. O FAIR TO MIDLAND, a propósito, é uma das bandas contratadas pelo selo de Tankian, o Serjical Strike. Os planos de Tankian incluem o lançamento de “Elect The Dead” pelo seu solo, tendo uma gravadora grande como parceira na distribuição do álbum. O vocalista ainda contribuiu com uma faixa inédita para o filme “Bug”, que chega aos cinemas norte-americanos no mês que vem.
Quanto ao SYSTEM OF A DOWN, o grupo decidiu dar uma parada em suas atividades para que seus integrantes se dediquem a projetos paralelos.
Skid Row - Revolutions Per Minute - Comentários
Demorou, mas enfim está chegando ao mercado brasileiro o mais novo álbum do Skid Row! A banda vem conseguindo passar por cima de todos os problemas que apareceram na última década e, depois do apenas razoável “Thickskin” (03), o pessoal mostra que seu rock n´roll ainda tem muito combustível para queimar em “Revolutions Per Minute”, deixando definitivamente para trás a insistente sombra de Sebastian Bach.
O texano Solinger está bem confortável atrás do microfone, algo que não era tão perceptível no registro anterior. Contando com o novo baterista Dave Gara, este álbum se mostra bem mais maduro e, naturalmente, segue buscando novos caminhos para o Hard Rock que rodou o mundo em seus dias de glória. Não faria sentido se a atitude do SKID ROW fosse outra, e o mais importante é que seus músicos exibem uma garra que não se encontra em boa parte das bandas do gênero que vem liberando discos atualmente.
“Revolutions Per Minute” traz muito peso sem o grupo descartar suas origens, mesclando-as sabiamente com arranjos mais atuais. As 11 faixas (mais um bônus) estão bem diversificadas, com guitarras insanas e refrões bem elaborados, tendo como base o Hard Rock, flertando descaradamente com o Heavy Metal e com momentos de Punk Rock, sem praticamente perder a unidade como um todo.
O disco começa com o impacto de pesos-pesados do porte de “Disease“ e “Another Dick In The System”, e mantém o pique com a banda novamente mostrando seu apreço pelo lado punk da coisa em “White Trash” e “When God Can't Wait”, esta última com um inesperado alto-astral onde fica impossível o ouvinte não assobiar suas melodias pegajosas. Há momentos em que o SKID ROW dá sinais de perder parte desta vitalidade, como em “Pulling My Heart Out From Under Me” ou “Your Lie”. Pouca coisa, pois a bomba novamente explode em “Love Is Dead” e “Let It Ride”.
Embora muitos não apreciem a idéia, o SKID ROW sempre manteve certos laços, ainda que tênues, com o rock underground, laços que agora estão mais fortes. “Revolutions Per Minute” é um registro que tem tudo para atrair os interessados em rock pesado e agressivo, mesmo o SKID ROW tendo como estigma ser uma banda de Hard Rock 'farofa', o que é uma injustiça desde “Slave To The Grind”. Vale uma conferida, pois a banda continua tão legal quanto quase sempre foi!
Formação:
Johnny Solinger - Voz
Snake Sabo - Guitarra
Scotti Hill - Guitarra
Rachel Bolan - Baixo
Dave Gara - Bateria
Skid Row - Revolutions Per Minute
(2006 / Steamhammer - 2007 / Hellion Records)
01. Disease
02. Another Dick In The System
03. Pulling My Heart Out From Under Me
04. When God Can't Wait
05. Shut Up Baby, I Love You
06. Strength
07. White Trash
08. You Lie
09. Nothing
10. Love Is Dead
11. Let It Ride
12. You Lie (versão alternativa)
Homepage: www.skidrow.com
terça-feira, 24 de abril de 2007
Mais detalhes sobre a turnê do Jethro Tull
Ontem, dia 21, no Rio de Janeiro, a banda iniciou uma série de shows pelo Brasil, que vai passar ainda por Porto Alegre (23), Curitiba (25), Belo Horizonte (26) e São Paulo (28 e 29). Anteriormente, também havia uma apresentação programada para Brasília, que acabou cancelada.
No Brasil, o JETHRO TULL vai ser acompanhado pelos músicos John O’Hara (piano), David Goodier (baixo) e James Duncan (percussão). A partir da turnê sul-americana, que começou no dia 18 no Chile, o baterista Doane Perry deve realizar algumas apresentações com a banda. Além deles, o JETHRO TULL tem a participação, é claro, do flautista, vocalista e compositor Ian Anderson e do guitarrista Martin Barre, que entrou para a banda no fim da década de 1960 e está até hoje no JETHRO TULL. Os shows do Brasil também vão contar com a violinista Ann Marie Calhoun.
Nas apresentações brasileiras, a banda vai realizar um misto de show acústico com apresentações convencionais. Nos shows, estarão presentes clássicos da banda como “My God”, “Aqualung”, “Budapest” e “Thick as a BricK”. Também vão fazer parte das apresentações músicas do último disco, “Christmas Album”, algumas releituras, além de outros clássicos e versões acústicas para “Dun Ringill”, “Jack-a-Lynn”, “One Brown Mouse”,” Salamander”, e “Fat Man”.
A turnê completa do JETHRO TULL vai até dezembro, incluindo passagens pela Europa e Estados Unidos.
No Brasil, o JETHRO TULL vai ser acompanhado pelos músicos John O’Hara (piano), David Goodier (baixo) e James Duncan (percussão). A partir da turnê sul-americana, que começou no dia 18 no Chile, o baterista Doane Perry deve realizar algumas apresentações com a banda. Além deles, o JETHRO TULL tem a participação, é claro, do flautista, vocalista e compositor Ian Anderson e do guitarrista Martin Barre, que entrou para a banda no fim da década de 1960 e está até hoje no JETHRO TULL. Os shows do Brasil também vão contar com a violinista Ann Marie Calhoun.
Nas apresentações brasileiras, a banda vai realizar um misto de show acústico com apresentações convencionais. Nos shows, estarão presentes clássicos da banda como “My God”, “Aqualung”, “Budapest” e “Thick as a BricK”. Também vão fazer parte das apresentações músicas do último disco, “Christmas Album”, algumas releituras, além de outros clássicos e versões acústicas para “Dun Ringill”, “Jack-a-Lynn”, “One Brown Mouse”,” Salamander”, e “Fat Man”.
A turnê completa do JETHRO TULL vai até dezembro, incluindo passagens pela Europa e Estados Unidos.
Jethro Tull (Citibank Hall, Rio de Janeiro, 21/04/07)
Contumaz visitante de nossas aprazíveis metrópoles, a clássica banda progressiva britânica Jethro Tull acaba de iniciar sua mais nova turnê brasileira. A primeira cidade contemplada com o novo espetáculo eletro-acústico do grupo foi o Rio de Janeiro, e a casa de shows escolhida foi o Citibank Hall (ex-Claro Hall, ex-ATL Hall, ex-Metropolitan).
Com uma configuração com cadeiras à frente e a pista “pra galera” atrás, o que se espera é uma frieza maior do público e da banda. Pelo menos não foram colocadas mesas dessa vez, talvez por exigência da banda. Em outra oportunidade, o líder, flautista, violonista e vocalista Ian Anderson chegou a reclamar que mesas eram para apresentações de mágicos, ou Ray Conniff, Richard Clayderman e afins, e não para shows de rock. Não se sabe se foi atendido dessa vez, mas de qualquer forma o público não hesitou em se levantar nos momentos mais quentes do espetáculo.
Acompanhando Anderson estavam seu fiel escudeiro Martin Barre (guitarra), na banda desde o segundo disco, “Stand Up” (1969), assim como o baterista Doane Perry, já há muitos anos se apresentando com o grupo. Completando, vieram John O’Hara (teclados, acordeon), David Goodier (baixo) e a violinista convidada Ann Marie Calhoun, que tocou em quase todas as músicas, e fez os fãs recordarem a época na qual o violinista (e tecladista) Eddie Jobson estava na lineup.
Com um repertório dividido entre clássicos dos anos 70 e músicas mais novas, e entre peças mais acústicas e outras mais pesadas, foi uma apresentação bastante eclética. O som estava ótimo, com todos os instrumentos bastante audíveis. O público, algo entre 3.500 e 4.000 pessoas, era dividido entre o pessoal da velha guarda, que acompanha a banda desde seu início, e novos fãs (muitos de fato bem jovens), que injetaram um novo gás na popularidade do Tull no Brasil, uma renovação mais do que saudável.
O princípio do show se deu com apenas Ian Anderson (na gaita e voz) e Martin Barre (na guitarra), levando “Some Day The Sun Won’t Shine For You”, do primeiro disco do JT, “This Was” (1968). O público vibrou com a aparição dos dois lendários músicos, que valorizaram sua presença através desse dueto inicial. O clima começou a esquentar com a execução de “Living In The Past”, já com toda a banda reunida no palco e num arranjo similar ao do DVD “Living With The Past”. Conforme Anderson anunciou, uma das poucas músicas na história feitas em 5/4 a entrar nas paradas de sucessos. Esta foi seguida por uma ótima versão para “Pastime In Good Company”, peça tradicional composta pelo Rei Henrique VIII, e que já foi gravada por artistas como Blackmore’s Night. Foi a primeira entrada de Ann Marie e seu violino, e logo de cara foi fácil perceber que sua participação nos shows da banda é muito mais que de mera convidada; seu papel é de grande relevância nos novos arranjos, e seu estilo é carismático e de grande efeito (sonoro e visual). Por outro lado, os demais integrantes estiveram um pouco contidos na minha opinião (à exceção de Anderson, é claro), numa performance eficiente mas um tanto quanto burocrática.
O show prosseguiu com “Jack-In-The-Green”, do ótimo disco “Songs From The Wood” (1977), e a nova “The Donkey And The Drum”, muito boa por sinal, e que estará no próximo CD da banda. Segundo Anderson anunciou durante o show, eles já têm umas seis músicas prontas para tal lançamento, e completarão o álbum nos próximos meses. Um dos pontos altos de qualquer concerto do Tull se seguiu: “Thick As A Brick”, para delírio da galera presente. Não a versão original de 40 minutos, é claro, mas uma mais condensada com pouco mais de 10 minutos. Seguiram-se outros clássicos: “Bourée”, adaptação da peça de Johann Sebastian Bach e presença obrigatória nos shows, e “Sweet Dream”, do disco “Living In The Past” (1972). É relevante salientar que em “Bourée” o baixista Goodier e o tecladista O’Hara têm seu momento de destaque, com direito a pequenos solos.
Em seguida, foi a oportunidade para Ann Marie Calhoun e seu violino mostrarem serviço. Duas composições de sua autoria se seguiram: “Bluegrass In The Backwoods” (como o nome implica, um autêntico “bluegrass” conduzido de forma frenética pelo violino), e “Runty” (segundo Anderson, uma homenagem dela a sua gata, homônima).
Seguem-se a nova e inédita “Birnam Wood To Dunsinan” e “Beside Myself” (do disco “Roots To Branches”, de 1995), mantendo o pique. Um momento de brilho para o guitarrista Martin Barre aparece na música seguinte, a instrumental “Steal”, de seu primeiro disco solo, “A Trick Of Memory”. Anderson deixa o palco e Barre assume o posto de frontman, tendo a banda a seu reboque.
Hora de mais clássicos, e num arranjo totalmente novo levam “Aqualung”, numa longa versão, bastante diferente da original, com a flauta de Anderson, o violino de Ann Marie e a guitarra de Barre se revezando nos solos. O arranjo novo ficou bom, mas não se compara à versão original e às versões ao vivo apresentada nas outras passagens do grupo pelo Brasil, que literalmente traziam a casa abaixo.
Uma inclusão inusitada foi “America”, obra composta por Leonard Bernstein, sendo que a performance do Jethro Tull foi na realidade uma adaptação feita a partir da versão do The Nice (para quem não sabe, a banda do tecladista Keith Emerson nos anos 60, antes do Emerson Lake & Palmer surgir). Antes de sua execução, nos tradicionais discursos de Ian Anderson explicando o cenário no qual determinada música foi composta, contando pequenos detalhes ou piadas no melhor estilo britânico, ele comentou que se tratava de uma homenagem genérica à música dos EUA, salientando que apesar do mundo hoje ter uma visão anti-americana muito forte, há ainda muita coisa boa por lá, tirando “aquele burro na Casa Branca” e outras figuras do mesmo naipe. Isso tudo para comentar que dois dos membros atuais do grupo são norte-americanos: o baterista Doane Perry e a violinista Ann Marie, sua atual “protegida”. Durante a apresentação de “America”, vários trechos de outras obras foram inseridos, numa verdadeira ode à obra musical norte-americana contemporânea (mais precisamente, a do século passado).
O ponto alto da noite veio a seguir na forma de “My God”, grande clássico lançado originalmente no disco “Aqualung” (1971). O Jethro Tull em sua melhor forma, juntando peso e sutileza na medida certa, harmonias e melodias ricas e inspiradas, e uma performance vocal apurada de Anderson (em especial para quem presenciou sua completa falta de voz na última vinda ao Brasil com a banda). “Budapest” (de “Crest Of A Knave”, 1987) manteve o nível alto, numa performance de mais de onze minutos,todos muito bem aproveitados pela banda e pelo público, a essa altura extasiado mas querendo mais.
Hora da rápida saída estratégica e posterior retorno para o bis, que ficou a cargo da empolgante “Locomotive Breath”, também do disco “Aqualung”, que com sua guitarra “cavalgante” contagiou a todos os presentes. Anderson parecia não sofrer qualquer revés da idade, pulando, cantando e tocando sua flauta de forma visceral. Barre, mais contido, atacou sem piedade seu instrumento, concedendo um alto peso ao número de encerramento. Após quase duas horas de apresentação, a banda se retirou do palco sabedora de ter cumprido com seu papel.
Setlist:
1. Some Day The Sun Won’t Shine For You
2. Living In The Past
3. Pastime In Good Company
4. Jack-In-The-Green
5. The Donkey And The Drum
6. Thick As A Brick
7. Bourée
8. Sweet Dream
9. Bluegrass In The Backwoods
10. Runty
11. Birnam Wood To Dunsinan
12. Beside Myself
13. Steal
14. Aqualung
15. America
16. My God
17. Budapest
Bis:
18. Locomotive Breath.
Mike Portnoy fala sobre "Systematic Chaos"
Morley Seaver, do site CausticTruths.com, recentemente conduziu uma entrevista com o baterista do DREAM THEATER, Mike Portnoy. Alguns trechos da conversa seguem abaixo:
Sobre o processo de composição do grupo: "Eu não sei se nós teríamos uma música que realmente resumisse o que é o DREAM THEATER, porque a banda tem várias faces. Eu acho que as grandes canções épicas são sempre as que tentam mostrar todos as nossas facetas. Acho que se eu pudesse tocar uma música para cada pessoa, se eles tivessem 25 minutos para gastar, eu tocaria as duas partes de 'In the presence of enemies' do novo álbum, porque realmente mostra o clima inteiro. Normalmente, as músicas mais curtas como 'Forsaken' ou 'Constant Motion' não irão te passar o quadro, a idéia por inteiro. Elas irão te fazer sentir apenas um lado da banda".
Sobre o novo contrato com a Roadrunner Records: "Bem, finalmente o nosso contrato com a Atlantic terminou. Você sabe, nós tínhamos assinado com eles por 14 anos, e eles escolhiam cada opção para cada álbum. Então, não tinha escapatória, por mais que tentássemos! (risos) Nós os aturávamos durante o contrato, e assim que terminou, haviam várias opções disponíveis. Mas eu acho que a corporação inteira, todo esse negócio de grande selo de gravadora, deixou um gosto amargo em nossas bocas. Nos serviu bem em apenas um nível. Com certeza deixou-nos muito expostos, mas por outro lado éramos um peixinho num grande lago. E, sim, nós somos um peixe grande no nosso pequeno império progressivo. Mas vendo pelo lado 'mainstream' da coisa, não acho que a gravadora tenha nos prejudicado com marketing e promoções. Então, quando chegou a hora de procurarmos um novo selo, estávamos 'escaldados' em relação à abordagem feita pelas Warners e Sonys da vida".
"A Roadrunner provou que é uma ótima gravadora, que tem o status de uma gravadora grande e planos de promoção e marketing, mas ao mesmo tempo tem o real espírito independente. É só ver o que fizeram com bandas como o OPETH e SLIPKNOT, ou STONE SOUR, NICKELBACK e MACHINE HEAD, saca?! Era óbvio pelo que eles tinham feito que eles apreciavam as bandas pelo que tinham a oferecer, e simplesmente faziam o melhor para vender e promover aquelas bandas do jeito que elas são. Parece ser o lugar perfeito para nós".
Sobre o novo álbum, "Systematic Chaos": "São sete músicas completamente independentes, com idéias independentes e temas músicais independentes. Você sabe, 'Octavarium', 'Six Degrees Of Inner Turbulence' e 'Scenes From A Memory', todos tem um grande tema e conceito, mas com 'Systematic Chaos', foi bom simplesmente ter faixas individuais para se trabalhar".
Leia o artigo completo (em inglês) no caustictruths.com.
A Triste Ilusão Chamada Slayer - Uma Entrevista com um cara chamado tom araya
Kris Swales, da revista australiana Time Off, recentemente conduziu uma entrevista com o frontman do slayer, tom araya.
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Sobre o que acontece num dia normal na vida de um mestre do Metal: "Eu estava na escola primária do meu filho numa feira de livros! Eu estava vendendo livros para tentar arrecadar dinheiro para a escola!
"Para mim, o lado família das coisas é prioridade número um agora. A banda é o que eu faço, e o que eu ajudei a criar, se é que você me entende. Mas para qualquer outra coisa a família sempre vem primeiro".
Sobre se isto significa que ele vai procurar um novo emprego em breve: "Ainda é a mesma coisa, eu não me sinto mais velho. O nosso público definitivamente mudou, apesar disso. Eu acho que há vinte e cinco anos atrás eu também não estava vendendo livros na feira de livros do meu filho, mas naquela época eu não era nem casado!
"Eu não posso dizer que o pensamento (de sair do slayer) não passou pela minha cabeça, mas tudo toma seu rumo, e você deve deixar tudo tomar seu rumo. Eu não sei quanto percurso temos pela frente, mas tudo tem que ter sua vez."
Sobre o retorno do baterista dave lombardo: "Nós íamos começar uma turnê, e o nosso manager teve a iniciativa de chamar o dave, e perguntá-lo se ele gostaria de estar presente, e ele aceitou. Quando estávamos fazendo a turnê, ele ficou sabendo que começaríamos a trabalhar num novo álbum, e era por isso que queríamos achar um baterista, para que pudéssemos trabalhar em material novo."
"Ele deixou que ficassem sabendo que ele estava interessado em fazer um álbum, e uma coisa levou até a outra, se você me entende. Então, nós simplesmente paramos de procurar um baterista, e começamos a trabalhar em novo material com o Dave".
Se o "Christ Illusion", um disco que chega bem perto da brutalidade dos clássicos do SLAYER, poderia ter sido gravado em 1985: "Nosso processo de composição não mudou muito, tudo que fizemos foi trocar de baterista e pronto. Dave ajudou o Kerry a trabalhar nas suas música, e Jeff deu ao Dave uma demo com todo o seu material, que ele aprendeu e aperfeiçoou. Esse é o modo como sempre fizemos as nossas composições, e com o Paul era exatamente igual."
"Com o Dave voltando, as coisas não mudaram; ele ajuda o Kerry, ajuda o Jeff, daí nós quatro trabalhamos nas músicas juntos, já que o Dave fez a parte dele. Se nós tocamos e gostamos, então mantemos - e se não gostamos, descartamos".
"Nós só nos juntamos e escrevemos as músicas. Não pegamos influências de nada, a gente não tenta colocar algo propositalmente nas composições. Nós só tentamos compor músicas muito boas. Temos que gostar delas, se não gostarmos elas não são gravadas. À medida que gostamos, elas entram no álbum, daí ficamos esperando que todos gostem".
Sobre a arte da capa do "Christ Illusion", desenhada novamente pelo antigo cartunista político Larry Carroll (que fez a capa do "Reign In Blood", "Seasons In The Abyss" e "South of Heaven": "O nosso manager achou que seria ótimo ter ele de volta com o retorno do Dave, para meio que completar aquela coisa da formação. Nós enviamos a ele as letras, porque não tínhamos títulos para músicas naquele estágio, e ele nos mandou aquilo, ou ao menos algo parecido com aquilo, e nós perguntamos sobre o que seria, era um cara que estava com suas mãos em seus bolsos na água, e ele disse: 'É Cristo, ele é um viciado em heroína'.
"Daí dissemos: 'Bom, então você tem que fazê-lo parecer mais drogado!', daí ele veio sem um braço, um tapa-olho, os olhos prá fora, as plantas na cabeça, e ele estava sangrando e tal, e nós respondemos: 'Isso parece bom'. Daí ele voltou com outro desenho, no qual ele está sem o outro braço e com corpos em volta".
"Então olhamos para o desenho e decidimos chamar de 'Christ Illusion', como na música 'Cult', onde eu canto 'Revelation, Revolution, I see through your Christ illusion.' Foi nisso que eu pensei quando vi a imagem, e nós tínhamos uma grande lista de títulos, mas todos acabaram enxergando as coisas do meu jeito!"
Sobre o fato de a arte ter causado controvérsias (32 anúncios de parada de ônibus foram removidos de uma pequena cidade californiana depois da reclamação de um morador): "Não dá para agradar algumas pessoas. Vai ser desse jeito, e se você fala alguma coisa, vai gastar mais dinheiro. Nós somos meio assim, 'bem, está foda', mas o que vamos fazer? Nós não precisamos daquelas placas de ônibus - nós temos a internet e todos os nossos fãs".
Traduzido de: Blabbermouth
Fui fã desta banda hoje para mim não faz diferença nenhuma acabei crendo que é uma porcaria chamada slayer,um som passável e esquecível foi uma ilusão que passou.
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Sobre o que acontece num dia normal na vida de um mestre do Metal: "Eu estava na escola primária do meu filho numa feira de livros! Eu estava vendendo livros para tentar arrecadar dinheiro para a escola!
"Para mim, o lado família das coisas é prioridade número um agora. A banda é o que eu faço, e o que eu ajudei a criar, se é que você me entende. Mas para qualquer outra coisa a família sempre vem primeiro".
Sobre se isto significa que ele vai procurar um novo emprego em breve: "Ainda é a mesma coisa, eu não me sinto mais velho. O nosso público definitivamente mudou, apesar disso. Eu acho que há vinte e cinco anos atrás eu também não estava vendendo livros na feira de livros do meu filho, mas naquela época eu não era nem casado!
"Eu não posso dizer que o pensamento (de sair do slayer) não passou pela minha cabeça, mas tudo toma seu rumo, e você deve deixar tudo tomar seu rumo. Eu não sei quanto percurso temos pela frente, mas tudo tem que ter sua vez."
Sobre o retorno do baterista dave lombardo: "Nós íamos começar uma turnê, e o nosso manager teve a iniciativa de chamar o dave, e perguntá-lo se ele gostaria de estar presente, e ele aceitou. Quando estávamos fazendo a turnê, ele ficou sabendo que começaríamos a trabalhar num novo álbum, e era por isso que queríamos achar um baterista, para que pudéssemos trabalhar em material novo."
"Ele deixou que ficassem sabendo que ele estava interessado em fazer um álbum, e uma coisa levou até a outra, se você me entende. Então, nós simplesmente paramos de procurar um baterista, e começamos a trabalhar em novo material com o Dave".
Se o "Christ Illusion", um disco que chega bem perto da brutalidade dos clássicos do SLAYER, poderia ter sido gravado em 1985: "Nosso processo de composição não mudou muito, tudo que fizemos foi trocar de baterista e pronto. Dave ajudou o Kerry a trabalhar nas suas música, e Jeff deu ao Dave uma demo com todo o seu material, que ele aprendeu e aperfeiçoou. Esse é o modo como sempre fizemos as nossas composições, e com o Paul era exatamente igual."
"Com o Dave voltando, as coisas não mudaram; ele ajuda o Kerry, ajuda o Jeff, daí nós quatro trabalhamos nas músicas juntos, já que o Dave fez a parte dele. Se nós tocamos e gostamos, então mantemos - e se não gostamos, descartamos".
"Nós só nos juntamos e escrevemos as músicas. Não pegamos influências de nada, a gente não tenta colocar algo propositalmente nas composições. Nós só tentamos compor músicas muito boas. Temos que gostar delas, se não gostarmos elas não são gravadas. À medida que gostamos, elas entram no álbum, daí ficamos esperando que todos gostem".
Sobre a arte da capa do "Christ Illusion", desenhada novamente pelo antigo cartunista político Larry Carroll (que fez a capa do "Reign In Blood", "Seasons In The Abyss" e "South of Heaven": "O nosso manager achou que seria ótimo ter ele de volta com o retorno do Dave, para meio que completar aquela coisa da formação. Nós enviamos a ele as letras, porque não tínhamos títulos para músicas naquele estágio, e ele nos mandou aquilo, ou ao menos algo parecido com aquilo, e nós perguntamos sobre o que seria, era um cara que estava com suas mãos em seus bolsos na água, e ele disse: 'É Cristo, ele é um viciado em heroína'.
"Daí dissemos: 'Bom, então você tem que fazê-lo parecer mais drogado!', daí ele veio sem um braço, um tapa-olho, os olhos prá fora, as plantas na cabeça, e ele estava sangrando e tal, e nós respondemos: 'Isso parece bom'. Daí ele voltou com outro desenho, no qual ele está sem o outro braço e com corpos em volta".
"Então olhamos para o desenho e decidimos chamar de 'Christ Illusion', como na música 'Cult', onde eu canto 'Revelation, Revolution, I see through your Christ illusion.' Foi nisso que eu pensei quando vi a imagem, e nós tínhamos uma grande lista de títulos, mas todos acabaram enxergando as coisas do meu jeito!"
Sobre o fato de a arte ter causado controvérsias (32 anúncios de parada de ônibus foram removidos de uma pequena cidade californiana depois da reclamação de um morador): "Não dá para agradar algumas pessoas. Vai ser desse jeito, e se você fala alguma coisa, vai gastar mais dinheiro. Nós somos meio assim, 'bem, está foda', mas o que vamos fazer? Nós não precisamos daquelas placas de ônibus - nós temos a internet e todos os nossos fãs".
Traduzido de: Blabbermouth
Fui fã desta banda hoje para mim não faz diferença nenhuma acabei crendo que é uma porcaria chamada slayer,um som passável e esquecível foi uma ilusão que passou.
Moonspell acusado de promover o Satanismo
A revista Portuguesa Blitz divulgou que a maior banda de metal do país, o MOONSPELL, foi acusada de promover o Satanismo por um sociologista polonês chamado Ryszard Nowak.
De acordo com a reportagem, que apareceu primeiro no jornal Português Correio da Manhã, Nowak – que diz ser membro de uma organização “anti-culto” – promoveu uma coletiva, onde chamou a banda de Satânica, e complementou dizendo que a performance “escandalosa” (da banda ao vivo) promove “ódio, matança de animais, devastação da Igreja Cristã e propagação da morte”.
De acordo com a reportagem, que apareceu primeiro no jornal Português Correio da Manhã, Nowak – que diz ser membro de uma organização “anti-culto” – promoveu uma coletiva, onde chamou a banda de Satânica, e complementou dizendo que a performance “escandalosa” (da banda ao vivo) promove “ódio, matança de animais, devastação da Igreja Cristã e propagação da morte”.
Arjen Lucassen Deixa o Stream Of Passion e Trabalha em Novo Ayreon
O Guitarrista, produtor e compositor holandês Arjen Lucassen anunciou a sua saída dp Stream Of Passion e os planos para um novo álbum do Ayreon, o principal dos seus projetos, ao lado do Star One e Ambeon.
Por Estar completamente concentrado no novo álbum do Ayreon até, pelo menos, o próximo ano eu não terei tempo para o Stream Of Passion, então decidi sair da banda. Não seria legal fazê-los esperar até que estivesse pronto, especialmente aogora que as coisas estão indo bem. Felizmente a banda continuará sem mim. Escreverão as prôprias músicas e estou certo de que eles têm talento suficiente para fazerem um ótimo novo álbum e turnês bem sucedidas sem mim. Comecei a gravar o novo álbum do Ayreon há alguns meses, mas devido a uma depressão e a última turN~e com o Stream Of Passion, não fiquei no estúdio até poucas semanas, comentou Arjen em seu site oficial (www.arjenlucassen.com).
A depressão de Arjen veio com a mudança de ritmo de vida após o divórcio com a esposa somada a uma perda de paladar e olfato (Asnomia). Com o tratamento e ajuda dos amigos, o músico volta ao trabalho, mas adianta que o novo Ayreon será bem sombrio, refletindo o seu atual estado. Algumas passagens são bem pesadas e as mais suaves serão misteriosas. Entretanto, provavelmente gravarei partes mais folk e felizes com o passar dos meses, quando sentir melhor prevê.
Sobre os músicos convidados - tradição dos projetos de Arjen -, os vocalistas assim como os demais só serão decididos quamdo as músicas forem finalizadas. Mas ele já adiantou que o baterista Ed Warby será mais uma vez mantido.
Uriah Heep Anuncia novo baterista
A Lendária banda britânica Uriah Heep anunciou a entrada do baterista Russel Gilbrook, no lugar de Lee Kerslake, afastado da banda no último mês por problemas de saúde. Russel é considerado um dos grandes nomes da bateria na Inglaterra, já tendo feito especializações em várias escolas do gênero por toda europa e tocado ao lado de nomes como Tony Iommi (Black Sabbath), Van Morrison, John Farnham, Alan Price, Chris Barber e Lonnie Donnigan.
Estou muito animado em juntar a uma banda com uma história tão fantástica e tamanha qualidade musical. Também é com muita empolgação que me vejo como parte do progresso da banda para o futuro e estou ansioso para começar as gravações, pois as novas músicas que já trabalhamos são fantásticas. Provavelmente a banda será levada a um novo nível. Espero que os fãs gostem do meu estilo de tocar e cantar, da mesma forma como fui recebido pelos meus colegas da banda como membro do Uriah Heep, comentou Russell.
Russel veio para fazer teste e nos deixou malucos. Ele é um dos bateristas mais pesados que eu já ouvi. Passamos dois dias testando uma lista seleta de doze bateristas, e quando russel começou a tocar, sabíamos que ele era o cara para o posto. Não procurávamos por um clone do Lee Kerslake, pois seria impossível, ele é único. Queríamos alguém que chegasse à banda, desse energia para ela e fosse criativo, especialmente tratando-se das músicas novas. Russell tinha tudo isso e tudo indica uma nova e excitante fase na carreira da banda. Esperamos que os fãs sintam isso quando o ouvirem tocando, comentou o fundador da banda.
A Banda já´trabalha em seu primeiro álbum de estudio em nove anos (desde Sonic Origami, de 1998) no chapel studios em Lincolnshire (ING), ao lado do renomado do renomado produtor Mike Paxman. Ainda sem título, este é o 21º álbum de estúdio oficial do Uriah heep tem previsão de lançamento para o início de setembro, pela Sanctuary Records.
Axel Rudi Pell
Tristania Anuncia Saída de Vibeke Stene e Procura Nova Vocalista
Os Noruegueses do Tristania pegaram os fãs de surpresa com o anúncio de que a vocalista Vibeke Stene deixou a banda. ´´Estamos muito tristes em anunciar que Vibeke decidiu sair da banda por motivos pessoais.A Banda lamenta este fato, mais respeita a decisão dela e deseja o melhor para ela no futuro``, explica o comunicado oficial.
Além de dar a notícia, o Tristania se prontificou a achar logo uma substituta para dar uma continuidade ao trabalho e abriu as possibilidades para cantoras do mundo inteiroa mandarem o seu material,agora a banda procura logouma substituta a altura e está ansiosa, para começar a turnê e promover o novo album. Material demo, juntamente com uma foto recente, deve ser enviado para: Tristania -Askeladdddveien 12 N 4019, Stavanger, Norway.
Surgido em meiados da década de 90, em Stavanger (NOR), O Tristania trilhou uma carreira de sucesso ao lado de Vibeke, lançando os álbuns Widow´s Weeds (1998), Beyond The Veil (1999), World Of Glass (2001), Ashes (2005) e o Novíssimo que ainda conta com a performance da vocalista Vibeke. Para sermos mais exatos foi aquela pisada na bola,a vocalista cresceu junto com a banda e deixou o barco na hora errada, sei que é difícil dizer isto: Claro que é caro ,mais se eu fosse dono da banda gravava o disco com a nova vocalista e deixava aquele de lado,mais como não posso fazer nada,acho que será de um grande prejuízo para a banda; inclusive em comparações.Acho difícil a banda retornar este ano,vamos pagar para ver.
U.D.O. Lançamento
A Banda U.D.O.,liderada pelo vocalista Udo Dirkschneider (Ex Accept),lançará um novo EP,intitulado The Wrong Side Of Midnight,no próximo dia 27 de abril. O Material incluirá duas versões para a faixa-título e três músicas inéditas. Já o novo CD, Mastercurcutor, tem previsão de lançamento para o dia 18 de maio pela AFM Records.
segunda-feira, 23 de abril de 2007
Pink Floyd Parte 1
Syd Barrett foi integrar a banda celestial. Ele foi o homem que criou o conceito do Pink Floyd, o cérebro que se corroeu de tanto viajar pelas possibilidades químicas de um tempo que não existe mais. Recluso nos últimos anos, vítima de seqüelas pelo uso exacerbado de LSD e diabético, Syd não era nem o esboço do jovem talentoso de outrora. Com ele morre mais um pedaço da mitologia do rock. R.I.P. Por CEL
SYD BARRETT
O guitarrista, vocalista e compositor Roger Keith Barrett nasceu em Cambridge, Inglaterra, em 6 de janeiro de 1946. Tem dois irmãos maiores e uma irmã mais nova chamada Rosemary e ainda na infância ganhou o apelido “Syd”. Filho de uma família rica, perdeu seu pai quando tinha apenas 12 anos. Foi uma criança perturbada por muitos temores que o impediram de adaptar-se ao ambiente familiar e social. Apesar disso, desde pequeno sentiu a sua inclinação para a arte, talvez como uma válvula de escape para seus problemas.
Inicialmente, decidiu-se pela pintura e religião - aos 19 anos Barrett tentou entrar numa seita oriental chamada Saint Saji, comandada por estudantes da Universidade de Cambridge, porém foi recusado por ser considerado jovem demais. Ainda na infância começou a se interessar pela música: seu primeiro instrumento foi um ukelele, e aos 11 anos ganhou um banjo de seus pais. Um ano depois ganhou um violão acústico Hoffner #12, com o qual tocou por um ano, com a ajuda de livros e amigos. Entre estes amigos encontrava-se David Gilmour.
Não demorou muito para Barrett se interessar pela guitarra elétrica e, aos quinze anos, entrou em sua primeira banda: Geoff Mott And The Mottoes, que tocava principalmente instrumentais dos Shadows e algumas canções americanas e apresentava-se em festinhas e clubes. O grupo logo se desfez e Barrett passou a tocar blues, desta vez com um baixo. Depois dos 16 ficou alguns anos sem participar de banda alguma, e foi durante esse tempo que comprou uma guitarra de 12 cordas e um baixo Hofner, com o qual começou a tocar mais tarde em outro grupo local, The Hollering Blues.
Barrett iniciou seus estudos de 2º grau na Cambridge High School, a mesma freqüentada por Roger Waters. Este estava dois anos letivos à sua frente, o que não os impediu de firmarem uma forte amizade. Quando terminou os estudos, Barrett mudou-se para Londres com a intenção de estudar pintura na escola de arte de Camberwell, em Peckham, que ficava entre Cambridge e Londres, onde dividia um apartamento com Waters. Foi também em Londres que os dois formaram o grupo The Abdabs que logo daria origem ao Pink Floyd. Como Waters já tocava o baixo, ambos decidiram que Barrett deveria dedicar-se à guitarra. As primeiras composições originais de Barrett incluiam “Effervescing Elephant”, escrita aos 16 anos de idade, e “Golden Hair”, baseado no livro Chamber Music, de James Joyce. Syd estava sendo influenciado naquele tempo pelos Rolling Stones, Beatles, Byrds e Love. O produtor Peter Jenner recorda-se sobre a gravação das primeiras músicas: “Eu estava lhe falando de uma música de Arthur Lee que eu não lembrava o nome, então cantarolei um pedaço. Syd pegou a guitarra e começou a acompanhar.
Por fim saiu a trabalhar o padrão de acordes que mais tarde se tornaria a música ‘Interstellar Overdrive’”. E foi esta a música que conferiu a reputação de experimental ao PF e foi gravada pelo grupo durante as primeiras sessões no Chelsea’s Sound Techniques, em fevereiro de 1967, juntamente com “Arnold Layne”, que faria parte do primeiro single do grupo. Este single tinha também a música “Let’s Roll Another One” que mais tarde levaria o nome de “Candy And A Currant Bun”. O disco entrou para o “Top 30” e confirmou o grupo como uma atração nacional, o que permitiu a Barrett dedicar-se a compor novos temas.
Em agosto de 1967 o PF lançou seu primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, mostrando Barrett como o líder natural do grupo e compositor da maioria das músicas. Entretanto, foi justamente nesta época de ascensão que Barrett começou a apresentar um comportamento problemático. Em novembro, apenas alguns meses depois do lançamento do LP, falou compulsivamente em um programa de televisão e, logo depois, no programa de Pat Boone, não conseguiu responder a nenhuma das perguntas que foram feitas, olhando fixamente para o apresentador durante todo tempo.
Existe também o controvertido episódio do penteado de cabelo com Mandrax, que muitos afirmam ser verdadeiro. Barrett teria misturado o produto com creme para cabelo e usado a mistura em grande abundância no penteado. Sob o calor das luzes do estúdio a mistura começou a escorrer pelo seu rosto, dando a impressão de que Syd estava derretendo. Não é difícil imaginar porque os seus companheiros de grupo e a platéia não conseguiam se concentrar no show.
O ano de 1968 foi o mais obscuro para Barrett. Em janeiro, Gilmour integrou-se à banda para substituí-lo quando este tinha um de seus bloqueios mentais, cada vez mais freqüentes. A idéia inicial era de Gilmour assumir a guitarra apenas quando Barrett não pudesse tocar. Esta estratégia não funcionou e Barrett tornou-se completamente incapaz de apresentar-se ao público. Finalmente, em 2 de março de 1968, ele abandonou definitivamente o grupo após uma conversa com o grupo em Ladbroke Road.
Waters convenceu-o a tornar-se o compositor, mas sem tocar ao vivo. Isto nunca se confirmou, pois Barrett nunca mais compôs nada para o Pink Floyd. Iniciou-se, então, uma grande série de gravações estranhíssimas com Peter Jenner, que resultaram em quase nada devido ao comportamento mais estranho ainda de Barrett. Surgiram apenas algumas músicas, entre elas “Opel”, “Terrapin”, “Swan Lee” e “Clowns and Jugglers”. Rumores a respeito de quebras de microfones e confusões generalizadas durante as gravações levaram a gravadora EMI a desistir definitivamente de Barrett.
Em março de 1969, quase um ano após a grande confusão, Barrett perguntou à EMI se podia voltar a gravar. Como ele havia sido o líder de uma das principais atrações da empresa e ainda estava sob contrato, sua volta foi aceita. Malcoln Jones foi escolhido para organizar a produção do novo material de Barrett, que parecia bastante lúcido e estável apesar dos boatos que corriam. Ele explicou a Jones que tinha grande quantidade de material novo e que desejava resgatar parte das gravações feitas com Peter Jenner. Tudo parecia bom demais para ser verdade.
Imediatamente Jones falou com Roy Featherstone, seu superior na EMI, tentando a recuperação artística de Barrett. Featherstone aceitou bem a idéia e conseguiu a autorização do gerente de produções Ron White. Jones lembra que “...honestamente foi difícil convencer ambos a autorizarem as gravações de Syd, apesar de conhecerem seu potencial e seu êxito”.
O primeiro passo era determinar se o material disponível seria suficiente para um LP ou se seria lançado em singles. Depois era necessário encontrar um produtor que agradasse a Syd e à EMI. A empresa fazia questão da presença do produtor, temendo a repetição dos problemas ocorridos anteriormente. A primeira opção foi Norman Smith, mas ele recusou, pois estava trabalhando com o PF. Peter Jenner achou melhor se manter afastado do projeto. Quando Malcolm perguntou a Barrett quem poderia ser o produtor, ele simplesmente disse “Faça-o você”. Vale lembrar que em 1969 ninguém produzia seus próprios discos, nem mesmo os Beatles.
O álbum The Madcap Laughs foi lançado pela Harvest em janeiro de 1970, precedido pelo lançamento de um single com “Octopus” e “Golden Hair”. Syd apareceu em 24 de fevereiro, ao vivo, no programa Top Gear, de John Peel. Tocou cinco músicas sendo apenas “Terrapin” do álbum. As outras eram novas: “Gigolo Aunt”, “Baby Lemonade”, “Two Of A Kind” (nunca gravada) e “Effervescing Elephant” (resgatada do repertório juvenil de Barrett). O lançamento motivou um grupo de fãs a criar a “Syd Barrett Musical Apreciation Society”, que começou a editar uma revista com o nome “Terrapin”.
Em 26 de fevereiro de 1970, Barrett voltou aos estúdios de Abbey Road junto com seu amigo Gilmour, seu novo produtor, para trabalhar no segundo disco. O álbum Barrett, para o qual o próprio Syd fez a capa, foi lançado em novembro de 1970 com uma receptividade menor. Era aparente que esta segunda seleção capturou um talento que se encontrava em processo de desintegração. Gilmour recorda-se que Syd sempre tinha algo novo para gravar.
O ano de 1971 começou com rumores sobre lançamento de um single e de um terceiro álbum. Barrett apresentou-se no programa Sounds Of the Seventies, da Radio 1, tocando “Baby Lemonade”, “Dominoes” e “Love Song”. Barrett já estava entrando para uma vida reclusa, embora em uma entrevista no fim de 1971 para a revista Rolling Stone tenha dito que estava “perfeitamente inteiro”. Poucas semanas depois, em uma aparição no Kings College Cellar, de Cambridge, o músico de blues Eddie “Guitar” juntou no palco Barrett, o baixista Jack Monch (ex-Delivery) e o baterista “Drummer” Twink para uma improvisação. A química parecia que havia dado certo e eles formaram o grupo Stars, que se apresentou no Cambridge Corn Exchange. O resultado foi caótico e Barrett faltou na apresentação seguinte. Os outros shows foram cancelados e sua sanidade mental foi posta seriamente em dúvida novamente.
Em 1973, o Pink Floyd lançou The Dark Side Of The Moon com a música “Brain Damage”, que faz clara referência a Syd. Devido ao extraordinário êxito deste álbum houve uma nova onda de interesse pelo ex-líder do grupo, o que levou ao relançamento dos dois discos solo de Barrett na forma de um duplo. Ao mesmo tempo, a revista Terrapin enviou à EMI um abaixo-assinado pedindo o lançamento de um álbum com o material arquivado, o que só seria feito quinze anos depois.
Em 1974 aconteceu a discutível tentativa de colocar Barrett novamente em um estúdio de gravação. Não existe nenhum registro que comprove essas sessões, que teriam sido quatro e patrocinadas por algum misterioso benfeitor. Alguns dizem que foi David Bowie que, no álbum Pin Ups, havia incluído uma versão de “See Emily Play”. A dura realidade da droga e da loucura de Barrett acabou por torná-lo um prisioneiro de si mesmo, simplesmente sumindo de circulação. Entretanto, o interesse pelas suas composições permaneceu constante, alimentado pelo mistério que rodeava o personagem, ainda mais com o lançamento em 1975 de Wish You Were Here, um tributo à figura de Barrett.
Nada se sabia de Barrett. Existiam rumores sobre seu estado de saúde, alguns pensavam até que o músico havia morrido. Essas especulações acabaram por elevá-lo a um nível legendário só alcançado por Morrison, Hendrix ou Joplin. Em 27 de março de 1987 surgiu um álbum chamado Beyond The Wildwood - A Tribute To Syd Barrett no qual vários artistas do underground ofereciam suas versões das músicas de Barrett como uma forma de demonstrar a influência que o mártir vivo teve sobre eles. A empresa fonográfica alemã Dutch East Ind. lançou um álbum com as músicas tocadas no programa de John Peel, que até hoje é a única gravação ao vivo de Barrett que permanece.
Finalmente, em 1988, 18 anos depois da última gravação de Barrett, a EMI-Capitol juntou o material inédito do artista e lança o álbum Opel. Em 1991, um sobrinho seu, chamado Ian Barrett, concedeu uma entrevista no qual se conheceram alguns detalhes da vida atual de Syd Barrett. Em 1992 foi lançada uma recompilação chamada Octopus, The Best Of Syd Barrett.
Em julho de 1993 apareceu uma nova revista em tributo a Syd com o nome de Anderson Council (o nome Pink Floyd deriva dos nomes Pink Anderson e Floyd Council). Esta revista prometia continuar o caminho iniciado por “Terrapin”, que deixou de ser editada alguns anos antes. Neste mesmo ano foram lançados os livros “Crazy Diamond”, de Mike Wartkinson e Pete Anderson e uma caixa com o mesmo nome contendo os três discos oficiais do artista e ainda algumas gravações inéditas.
Para colecionadores, a editora UFO lançou um livro chamado Pink Floyd: The Syd Barrett Years - A Photographic Diary que contém a história do PF com Barrett literalmente dia a dia, desde 1966 até 1968, com mais de cem fotografias inéditas. Em 1997 foi lançada a edição de trigésimo aniversário de The Piper at the Gates of Dawn. O curioso é que foi lançado em mono, seguindo a forma original que havia sido aprovada por Barrett por ocasião do lançamento original. Em 1998 saiu o livro Out Of The Woods escrito por Julian Palacios. O autor afirma que é a biografia mais completa já feita. E em 2001 foi lançada mais uma coletânea com músicas de Barrett, Wouldn’t You Miss Me?, desta vez com a faixa inédita “Bob Dylan’s Blues”.
Hoje em dia Barrett vivia isolado em sua casa, morando com a mãe. Gilmour disse em entrevista que, apesar do estado mental de Barrett ter melhorado consideravelmente, ele sofria de diabetes e estava perdendo um pouco de sua visão. Barrett, que atualmente dedicava-se à pintura, certamente nunca terá esquecida sua contribuição para o surgimento do movimento psicodélico-progressivo.
Pink Floyd
O Dinossauro No Vale Do Eco
Carlos Eduardo Lima
Colaborou Löis Lancaster
Estamos em Londres. A cidade não é a mesma já há alguns anos, quando um grupo de sujeitos com penteados de pajem resolveu mudar tudo por aqui. Toda uma geração de jovens que parecia fadada ao tédio e à opressão de um pós-guerra que já durava vinte anos vê uma possibilidade de reagir, libertar-se, enfim, viver. A música dá as boas vindas aos jovens. Muita gente pula para outras formas de arte, mas ouvir é o primeiro uso dos sentidos. Londres está ouvindo.
E o que não falta é som pra ser ouvido. Temos bandas que emulam rock americano, temos bandas que emulam sons negros americanos, temos uma banda com um sujeito bocudo e mais uns caras mal encarados. Temos uma banda com um sujeito narigudo e uns sujeitos que andam de lambreta. E temos a história que passamos a narrar abaixo.
O ano é 1965. Richard Wright, Nick Mason e Roger Waters faziam Faculdade de Arquitetura na Escola Politécnica de Londres. Waters e Mason eram colegas de infância e passaram boa parte de sua adolescência juntos em Cambridge. Wright foi o primeiro a largar os estudos para se dedicar à música e não tardou para Mason e Waters juntarem-se a ele para formar um grupo de rhythm’n’blues, inicialmente chamada de Sigma 6. A formação era a seguinte: Wright (guitarra base), Waters (guitarra solo), Mason (bateria), Clive Metcalf (baixo), Keith Noble (vocal) e Juliet Gale (vocal). Ao longo de sua curta existência, chamaram-se T-Set, Meggadeaths, Leonard’s Lodgers e The Abdabs (com duas variações: Architectural Abdabs e Screaming Abdabs).
Acabaram no mesmo ano. Metcalf e Noble foram tentar a sorte em outras bandas e Juliet Gale casou-se com Wright. Ele convidou dois amigos para juntarem-se ao grupo, Syd Barrett, que estudava Belas Artes na mesma faculdade, e Bob Close. Este último não permaneceu muito tempo, mas Barrett ficou para ver onde aquilo ia dar. Nem ele poderia imaginar que seria o grande responsável pelo surgimento do Pink Floyd. A partir da entrada de Barrett, o nome mudou novamente, desta vez para The Pink Floyd Sound (união dos nomes Pink Anderson e Floyd Council, dois bluesmen da Georgia, ídolos de Barrett). Rumores dão conta de que o novo nome da banda veio de Floyd, que seria um ácido lisérgico de terceira categoria de coloração rosada (pink), mas a versão mais aceita é mesmo a primeira.
Com a chegada de Barrett, as funções dos músicos também mudaram, passando Waters a ficar com o baixo, Wright com os teclados, Mason com a bateria e Barrett com a guitarra, sendo que Waters, Wright e Barrett revezavam-se no vocal. Barrett, que além de músico era também compositor, pintor e poeta, planejava, produzia e comandava os shows, nos quais, por meio de projeção de slides e jogos de luzes, tentava reproduzir as “viagens” provocadas pelo LSD. Tocaram por cerca de um ano como The Pink Floyd Sound, passando depois para The Pink Floyd e finalmente Pink Floyd.
A confiança foi crescendo e eles foram, aos poucos, passando das covers de pop songs da época e de standards R&B para suas próprias e prolongadas experiências psicodélicas. Começaram a chamar atenção como parte do grupo de contra-cultura centrado na Free London School, que reunia-se na All Saint’s Church Hall. Tocavam em diversas casas noturnas do underground inglês, sendo a mais famosa delas a UFO (Underground Freak Out).
Em 15 de outubro de 1966, em uma festa em Roundhouse, fizeram sua estréia oficial. Estas apresentações duraram aproximadamente um ano e meio, até que, entre 1966 e 1967, Joe Boyd, junto com o engenheiro John Woods, os conduziu a produzir uma gravação independente no estúdio Sound Techniques. A idéia básica era gravar uma fita demo para oferecer às grandes gravadoras. Mas foi a modesta Thompson Records que lançou o compacto “Lucy Leave”/”I’m A King Bee”. A EMI inglesa, que antes havia classificado o som da banda como “experimental demais”, empolgou-se com o sucesso da estréia e ofereceu um contrato ao Pink Floyd.
Tendo Barrett como compositor principal, o primeiro compacto de grande sucesso saiu via EMI, no dia 11 de março de 1967, contendo as faixas “Arnold Layne” e “Candy And A Currant Bun” (ambas tiradas da primeira fita demo).
Norman Smith, produtor do grupo na EMI, gastou horas e horas em estúdio para tentar conseguir, no segundo compacto (“See Emily Play”/”Scarecrow”), o mesmo padrão sonoro de “Arnold Layne”. Não conseguindo, levou-os novamente ao Sound Techniques, chamando John Woods de volta para repetir a façanha. O single foi lançado na Inglaterra no dia 16 de junho de 1967 e obteve um desempenho melhor que o primeiro, chegando ao quinto lugar nas paradas. Este single foi lançado no Brasil pela Fermata, mas não teve a menor receptividade por aqui. Com seus dois primeiros singles, o Pink Floyd alcançou dois “Top 20 singles” e um “Top 10 album” naquele ano.
Em 16 de março de 1967, iniciaram a gravação de “Interstellar Overdrive” e seu primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, no estúdio 1 de Abbey Road. E uma curiosidade: ao lado deste, no estúdio 2, os Beatles gravavam Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que até hoje disputa com The Piper o título de precursor do rock psicodélico. Era o tempo em que os integrantes do Pink Floyd estavam pesadamente envolvidos com drogas, especialmente o LSD, largamente usado na época. Diz a lenda que o consumo de ácido pelo Floyd era equivalente ao de um pequeno país.
Foi aí que Barrett começou a ter sérios problemas psicológicos, não sabendo como lidar com o rápido sucesso e com as drogas. Mesmo depois de retornarem de uma turnê pela América, onde haviam tido grandes problemas com Barrett nos palcos, decidiram mantê-lo no grupo, pensando que ele ainda poderia tomar jeito. Porém, sabiam que precisavam tomar alguma providência, e a solução que encontraram foi a de contratar outro guitarrista. O escolhido foi David Gilmour, antigo amigo de Barrett e Waters em Cambridge.
Gilmour entrou em cena no início de 1968, e o último relato do Floyd com Barrett em compactos foi lançado em 18 de novembro de 1968, contendo as faixas “Apples And Oranges” e “Paint Box”. Em 11 de fevereiro de 1968, uma rara aparição do PF como quinteto se deu no programa de rádio Top Gear, da BBC, apresentado pelo então famoso John Peel.
Enquanto isto, o segundo álbum da banda, A Saucerful Of Secrets, era gravado. Quando Gilmour foi contratado, três faixas já estavam prontas, com Barrett ainda na guitarra. Até hoje não se sabe ao certo quais são as faixas em que Barrett participa. Uma delas, certamente, foi “Jugband Blues”, de sua autoria. Outra foi “Remember A Day”, que era para ter sido lançada no primeiro álbum, mas acabou não tendo espaço. A terceira nunca foi confirmada, com as dúvidas pendendo entre “Corporal Clegg” ou “See Saw”.
Em 29 de junho de 1968, o LP foi lançado, não alcançando, porém, o mesmo sucesso do primeiro álbum. Alguns viram nisso o fim do brilho do PF e de suas extravagâncias sonoras. Para piorar, o estado mental de Barrett estava cada vez mais grave, até que no final da tarde do dia 2 de março de 1968, depois de uma reunião controvertida, os outros músicos e seus agentes decidiram que Barrett deveria sair da banda, pois além de não trazer mais contribuições, atrapalhava as gravações e dava vexames nos shows, chegando a ficar uma música inteira tocando o mesmo acorde, catatonicamente.
No período entre 1968 e 1970, anos pós-Barrett, parecia que aquelas pessoas estavam certas sobre o fim do PF, mas a banda esforçou-se para encontrar o sucesso sem a sua principal peça. Foi aí que Waters assumiu o posto de principal compositor. O grupo continuou em suas raízes psicodélicas, mas a forma nova e diferente de Gilmour tocar a guitarra começava a aparecer. Em 1969, iniciaram-se em uma atividade que acabaria se tornando bastante freqüente nos grupos de rock da época: a realização de trilhas sonoras para filmes.
A primeira trilha sonora “floydiana” foi feita para o filme More, dirigido por Barbet Schroeder e estrelado por Malcolm McDowell, de Laranja Mecânica. Em março do ano seguinte fariam uma nova trilha sonora, desta vez para o filme Zabriskie Point, de Michelangelo Antonioni. Só que desta vez não foram tão felizes quanto na primeira: depois de duas semanas de trabalho em Roma, Antonioni escolheu apenas três das músicas compostas, completando a trilha com composições de Grateful Dead, Jerry Garcia, Youngbloods e algumas outras bandas de menor destaque.
Uma das composições escolhidas, “Come In Number 54, Your Time Is Up”, apareceria no álbum seguinte do grupo, Ummagumma, tocada ao vivo sob o título “Careful With That Axe, Eugene”. Foi neste disco, em que cada integrante tem uma composição própria, que Gilmour começou a mostrar seu talento como guitarrista e compositor, incentivado por Waters. Marcado pelo experimentalismo, o trabalho mostrou que o grupo parecia incapaz de compor as pequenas pérolas de Barrett, preferindo os instrumentais longos, mas antevendo uma tendência que iria dominar o rock nos próximos dez anos.
Na verdade, o Pink Floyd já adorava compor longos instrumentais e não cogitava a possibilidade de escrever canções curtas naquele momento. A maior prova é a versão de “Astronomy Dominé”, de Ummagumma, bem maior que a original. Esta filosofia foi mantida no lançamento seguinte, Atom Heart Mother, de 1970. Com o mesmo título do álbum, a primeira música é uma incrível peça instrumental na qual o PF toca acompanhado de uma verdadeira orquestra, ocupando todo o lado A do LP com seus mais de vinte e três minutos. Seguindo três músicas compostas respectivamente por Waters, Wright e Gilmour, aparece outra faixa instrumental e extremamente experimental: “Alan’s Psychedelic Breakfast” - a incrível composição serve de trilha sonora para o café da manhã de Alan.
A partir deste disco, o mundo começou a perceber as qualidades musicais do grupo, e foi neste período de transição que se tornaram populares nos dois lados do Atlântico. No ano seguinte, 1971, foi lançada a coletânea Relics, com algumas músicas de Barrett e outras faixas mais raras que só haviam sido lançadas em singles. Em 11 de novembro do mesmo ano, saiu aquele que é considerado o primeiro grande álbum dos seus anos de glória: Meddle, com a suíte “Echoes”, ocupando todo o lado B do LP e outros mimos, como a encantadora diversão à beira mar de “San Tropez”.
Em 1972, após lançar outra trilha sonora, Obscured By Clouds, para o filme La Vallée, e gravar o badaladíssimo show Live At Pompeii, iniciaram as gravações daquele que seria o álbum de rock progressivo mais vendido de todos os tempos: The Dark Side Of The Moon. Foi lançado em 24 de março de 1973, depois de mais de sete meses de gravações, utilizando os recursos instrumentais mais modernos da época, aliados ao trabalho técnico de Alan Parsons. Batendo todos recordes, o disco entrou para a história como um dos melhores do século.
Vendeu mais de 25 milhões de cópias, permaneceu nas paradas da Billboard por mais de vinte anos, sendo o terceiro álbum mais vendido de todos os tempos e aparecendo até no Guinness Book of Records, além de ter sido marcado pela primeira homenagem da banda a Syd Barrett, mais evidente na faixa “Brain Damage”. É também neste álbum que Waters começa a mostrar o seu verdadeiro talento como letrista e compositor, sendo ele o responsável por todas as letras do disco.
Depois de uma longa turnê de dois anos, o PF trocou de gravadora, voltando ao estúdio para gravar aquele que seria a confirmação da singularidade da banda, o álbum Wish You Were Here, lançado em 1975 pela Columbia, e considerado pelo próprio David Gilmour como o melhor álbum do Floyd. Aqui é feita mais uma homenagem, desta vez bem mais intensa, a Barrett. Isto aparece com mais evidência em duas músicas: na magnífica e impecável instrumental “Shine On You Crazy Diamond” e na faixa-título.
Existe uma história de que Barrett apareceu no estúdio durante as gravações, gordo, careca, mal vestido e quase irreconhecível. Ele aparecia por lá dia após dia até que um dos integrantes da banda finalmente o reconheceu. Foi aí que todos perceberam que era ele e comoveram-se muito, dizem até que Waters chegou a chorar de emoção. Outro homenageado é o cantor Roy Harper, convidado especial para cantar em “Have A Cigar”.
O trabalho seguinte, Animals, só seria lançado dois anos depois. Este álbum (que alcançou o terceiro posto na parada britânica) é significativo por ser o primeiro a não ter em nenhuma música algum crédito a Wright. Entretanto, algumas músicas, como “Sheep”, já existiam antes mesmo de Wish You Were Here ser composto. Eram tocadas ao vivo com outras letras, que foram modificadas para atender ao conceito geral do disco de falar de pessoas como animais. Ao mesmo tempo em que marcava dez anos de Pink Floyd, Animals assinalou também o início de uma época de grande crise interna para a banda. Isto se deve, principalmente, ao fato de Waters começar o seu período de “imperador” do grupo, o que pode ser notado pelas composições que, à exceção de “Dogs”, são todas dele. Pode-se notar também o início da predominância dos temas político-sociais, resultado principalmente da morte do pai de Waters na II Guerra Mundial.
Depois de uma tensa e conturbada turnê, o ano de 1978 passou sem nenhum lançamento do PF. Neste ano Wright e Gilmour aproveitaram para descarregar a tensão que se acumulava na banda e lançaram seus álbuns solo. No ano seguinte, sob ameaças de Waters abandonar o grupo, o qual julgava agonizante, foi lançado o histórico The Wall, que nasceu de uma escolha. Waters, na época, apresentou dois projetos para a banda decidir qual seria desenvolvido (num momento democrático, digamos) e o grupo considerou The Wall mais interessante em virtude do tema, enquanto o outro (que Waters acabou transformando em seu solo The Pros and Cons Of Hitch Hiking) musicalmente prometia mais.
Bob Erzin foi contratado para amenizar as brigas entre Gilmour e Waters e pilotar a produção. Waters é o autor de todas as letras e de quase todas as músicas do disco e tentou demitir o diretor Steve O’Rouke, tornando-se cada vez mais ditatorial.
Foi com este clima que o grupo, liderado por Waters, decidiu que Richard Wright, que a esta altura não contribuía muito para a banda, sairia, sem participar das sessões finais das gravações. Wright decidiu aceitar sua saída com a condição de terminar as gravações e a turnê do álbum. The Wall faz uma intensa crítica aos alicerces da sociedade atual (governo, educação, família etc.), baseada em grande parte na vida de Waters, que procura mostrar como a sociedade contribui para a alienação de uma grande massa de pessoas e para o isolamento das que não entram nessa alienação. Muito rico, tanto lirica quanto musicalmente, acabou sendo o álbum duplo mais vendido da história. Os shows sempre tinham um enorme muro, que era construído durante o show e destruído ao final. A turnê, por ser extremamente cara, teve poucas apresentações e, apesar das grandes audiências, chegou a causar prejuízo financeiro em alguns shows.
Em 1982, foi feito um filme para o álbum, logo taxado de ópera-rock. Com Bob Geldof fazendo o papel do Pink, e Alan Parker como diretor, o filme não agradou a Waters, gerando longas discussões entre ele e o diretor. Alan Parker acabaria dizendo que The Wall foi o “filme de universidade mais caro que ele já havia feito”. Neste ponto, devido à atitude de Waters de dizer que o Pink Floyd era ele, o grupo foi reduzido quase realmente a nada. Definitivamente sem Wright, lançaram em 1983 The Final Cut, considerado por muitos seu pior disco e praticamente um trabalho solo de Waters, com Gilmour e Mason rebaixados a praticamente músicos de estúdio. Essa opinião foi reforçada quando as vendas do álbum não alcançaram os mesmos níveis dos discos anteriores. Dizem até que era para ser um solo de Waters, mas, por obrigações contratuais, foi lançado sob o nome do Pink Floyd. O álbum traz novamente como tema a vida de Waters e a perda de seu pai na II Guerra Mundial, coisa que muitos já não agüentavam mais ouvir.
Em 1985 Waters deixou oficialmente o grupo dizendo que sem ele o PF estava morto, anunciando inclusive o fim da banda. Em 1986, depois de uma amarga discussão judicial com Waters pelo nome do grupo, Mason e Gilmour reviveram o PF. E já no ano seguinte Wright foi chamado de volta e retornaram com A Momentary Lapse Of Reason, lançado em setembro de 1987. A excursão que se seguiu foi muito bem sucedida, melhor até do que o esperado, arrecadando milhões de dólares em todo o mundo. Teve seu auge em Veneza, onde levou cerca de 200 mil pessoas a um palco flutuante. O álbum fez grande sucesso, ficando até entre os “Top 10” da parada americana, e sua turnê, que trazia além das músicas do último álbum vários sucessos antigos do PF, foi lançada em 1988 no álbum duplo Delicate Sound Of Thunder.
Depois de um longo intervalo, retornaram, em 1994, com o ótimo The Division Bell, desta vez com Wright como integrante da banda junto com Gilmour e Mason. O trio trabalhou de forma coesa pela primeira vez desde Wish You Were Here, como eles mesmos disseram em várias entrevistas. O álbum foi um grande sucesso, primeiro lugar na América e Inglaterra. A turnê foi grandiosa, inovando na iluminação, fogos de artifício e materiais de palco, levantando 1 bilhão de dólares só nos Estados Unidos, além de ter ficado marcada pela primeira versão de “The Dark Side Of The Moon” tocada ao vivo e na íntegra desde a saída de Waters. No ano seguinte a turnê foi lançada em CD (com uma luxuosa embalagem com uma luzinha vermelha piscante, simbolizando o “pulse”) e vídeo com o enigmático título Pulse, que alcança novamente o primeiro lugar nos EUA e Reino Unido.
Desde então a banda não gravou nem tocou mais, com Waters, Wright, Gilmour e Mason fazendo aparições em álbuns solo, pequenos shows e parcerias com outros músicos. Barrett vivia isolado em sua casa, dedicando-se principalmente à pintura. Em setembro de 1999 foi anunciado o lançamento da turnê do álbum The Wall, de 1979, em CD e vídeo. O álbum, intitulado Is There Anybody Out There? - The Wall Live, teve sua data de lançamento adiada de 1º de dezembro de 1999 para 7 de fevereiro de 2000. Finalmente, no dia 27 de março, saiu o disco, com uma boa receptividade por parte do público e com atrativos de sobra para fãs do Floyd.
DISCOGRAFIA SELECIONADA
Dark Side Of The Moon, 1973
Originalmente lançado em 1973, é um disco perene e com cara de novo para todas as gerações de amantes do rock. É obrigatório e pronto. Esta complexa coleção de canções talvez seja tão importante por não preocupar-se com tempo, refrão ou qualquer outra coisa. Tudo parece sair naturalmente. Canções lentas e hipnóticas, feitas com texturas e mais texturas de instrumentos, vocais e efeitos especiais pioneiros totalmente analógicos, são dominantes ao longo do disco. A dívida eterna que Kraftwerk e Tangerine Dream têm com “On the Run”; o blues pervertido de “Money”, passando pela manjadíssima “Time”, chegando até momentos de pura poesia como “Us And Them” e “The Great Gig In The Sky”. Este é o trabalho mais popular do Pink Floyd e é o melhor ponto de partida para a iniciação.
Wish You Were Here, 1975
Wish You Were Here é um feixe de canções dedicadas ao primeiro frontman do Floyd, Syd Barret. Duas singelas canções sobre as agruras do meio musical (“By the way, which one’s Pink?”), e duas enormes e pungentes músicas tendo a amizade perdida como tema central. A grande estrela do disco está por trás das câmeras, por assim dizer. A produção é voltada exclusivamente para a tarefa de fazer as canções soarem profundas e irresistíveis. E, pelamordeDeus, o que é “Shine On You Crazy Diamond” senão exatamente isso? E o que dizer da faixa-título? Como se não fosse o bastante, David Gilmour exibe sua melhor forma neste disco, que é um tributo apaixonado ao amigo Barrett, além de um trabalho honesto e quase perfeito. Um dos grandes álbuns de rock desde sempre.
Meddle, 1972
Este disco marca a transposição do PF para o chamado “rock progressivo”. Até então mais psicodélico que qualquer outra coisa, o som do grupo dava sinais de mudança evidentes logo na primeira faixa, a multi conhecida e platinada “One of These Days”. A aproximação com os temas de referência erudita e a aura conceitual do disco também mostram uma banda ousando e acertando na maioria do tempo. Para os ouvidos deste que vos escrevem, entretanto, a melhor música deste belo trabalho é a desencanadíssima “San Tropez”, de Richard Wright, com uma levada meio indolente e jazzy, pontuada por belíssimos solos de Gilmour e Wright. Ensolarada como nenhuma outra canção floydiana.
The Piper At The Gates Of Dawn, 1967
Ao ouvirmos a estréia do PF em disco, não podemos acreditar que começaram como uma mera formação de r&b tão comuns em meados dos 60 na Inglaterra. O que Syd Barrett propunha aqui era tão ousado (até mesmo em termos de Sgt Peppers’ e outras obras psicodélicas da época) que chega a assustar. Este disco mostra a psicodelia adaptada à realidade humana, ou seja, nada de palhacitos ou bandinhas coloridas. O negócio aqui é a esquisitice do personagem de “Arnold Layne” ou a obsessão pré-gótica de “See Emily Play” ou o ineditismo do instrumental de “Interstellar Overdrive”. Músicas memoráveis como “The Scarecrow” e “The Gnome” mostram que Barrett parecia fadado a fazer parte do grande panteão dos gênios, ao lado de Lennon, McCartney, Townshend, Gaye, Morrison e outros, se sua proposta não fosse tão arriscada. Mas a história seria o seu lugar a partir deste disco.
The Wall, 1979
The Wall pode ser encarado como um disco de uma música só, dividida em várias partes distintas. A idéia central é fazer uma crítica aos métodos de educação das escolas britânicas e outras instituições da terra da rainha, sempre sob o ponto de vista de Roger Waters e sua infância e adolescência. Claro que há momentos de brilho intenso como as três partes de “Another Brick In The Wall”, “Run Like Hell” e, principalmente, “Comfortably Numb”. A qualidade das composições, todas amarradas ao tema central, dá a noção da perfeição com que os integrantes conseguem transmitir a opressão sugerida por Waters.
OS PINKS E OS FLOYDS
ROGER WATERS
O baixista, vocalista e compositor George Roger Waters nasceu no dia 9 de setembro de 1943, em Cambridge. Waters é o responsável pela composição de grande parte dos álbuns de sucesso do Pink Floyd, como The Dark Side Of The Moon, Wish You Were Here, Animals e The Wall. Ele sempre se destacou, ao lado de David Gilmour, como o principal compositor do Pink Floyd, porém, no período de seis anos que separam os álbuns Animals e The Final Cut, a banda passou a ser dominada por uma fonte de criação.
Suas ânsias de “imperador” do grupo cresciam cada vez mais rápidas (causando inclusive a saída de Richard Wright em 1981) até que ele mesmo decidiu sair em 1984, ao mandar uma carta à Columbia dizendo estar deixando o Pink Floyd e que a banda estava acabada. Três anos depois, Gilmour e Nick Mason decidiram reviver a banda e gravar um novo álbum. Isto desagradou muito a Waters, que tentou, sem sucesso, impedir judicialmente o retorno do Floyd, que ele julgava morto após a sua saída.
Em 1970 Waters lançou seu primeiro álbum solo: a exótica trilha sonora The Body, no qual são reproduzidos nas músicas sons do corpo humano. Mesmo depois de abandonar o Floyd, Waters permanceu musicalmente ativo, lançando em 1984 seu segundo solo: The Pros And Cons Of Hitch Hiking. Dois anos depois contribuiu, junto com outras bandas, na trilha sonora de um filme pouco conhecido chamado When The Wind Blows.
Somente em seu próximo álbum, Radio KAOS, Waters voltou a fazer turnês. Em 1990 realizou o memorável concerto The Wall Live In Berlin, em comemoração pela queda do Muro de Berlin. Neste show, Waters interpretou o álbum The Wall, com a participação de vários músicos e bandas convidados para tocar no lugar dos integrantes originais do Pink Floyd.
Seu trabalho mais recente, Amused To Death, apesar da intensa propaganda, não foi o sucesso de vendas que ele esperava. Isso foi decepcionante para vários fãs, que consideram este álbum seu melhor trabalho. Em 1999 Waters volta às tours, desta vez em acomodações mais modestas, com a turnê In The Flesh, revivendo os clássicos do Pink Floyd junto com seus trabalhos solos. Estas apresentações se transformaram num disco duplo, lançado neste ano.
DAVID GILMOUR
David Jon Gilmour nasceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 6 de março de 1946, às 21h, em uma família de grande formação acadêmica. Sua mãe, Sylvia, era uma editora de filmes e seu pai, Douglas, professor de Genética na Universidade de Cambridge. Casou-se com Ginger em 1975 e tiveram 4 filhos: Sara, Clare, Alice e Matthew, antes do divórcio em 1988. David está atualmente casado com a jornalista Polly Samson, que colaborou em The Division Bell. Tem com ela um filho chamado Joe, nascido em junho de 1995, tendo também adotado o filho do primeiro casamento de Samson, Charlie.
Logo aos dez anos Gilmour começou a se interessar pela música e já ouvia Bill Halley e Elvis. Começou a tocar aos 13 anos, quando ganhou seu primeiro violão. Gilmour sentia-se atraído principalmente por blues e folk, e começou a aprender a tocar com um disco-tutor de Pete Seeger. Mais tarde Gilmour conheceria Syd Barrett, com quem começaria, ao mesmo tempo, aprender e ensinar a tocar guitarra. Em 1964 Gilmour e amigos formaram o grupo The Joker’s Wild. Gravaram um disco com 5 faixas naquele ano, com covers de Manfred Mann, Chuck Berry, Frank Lyman e Four Seasons. O álbum vendeu cerca de cem cópias entre amigos. Duas décadas mais tarde, o mesmo disco tornou-se uma rara e valiosa peça de coleção para os fãs do Pink Floyd.
Em 1965 Gilmour viajou com o grupo para a França, onde tocava em praças e barzinhos da França e, cerca de um ano depois, desfez-se. Logo depois Gilmour formou uma nova banda, juntamente com Kevin Ayers, Archie Legget, Gary Wright e Alan Reeves, chamada The Crew.
Em 1968 foi convidado por Roger Waters a integrar o grupo de seu amigo Barrett. Esta banda era justamente o Pink Floyd. Fizeram apenas quatro ou cinco shows com os cinco integrantes e não demorou muito para o estado mental de Barrett provocar sua saída da banda. O primeiro disco do Pink Floyd a ter Gilmour como guitarrista foi A Saucerful Of Secrets, lançado em 1968. Já nesse álbum, Gilmour tem seu primeiro crédito em uma música do PF, na instrumental faixa-título.
Mas foi em 1971, com o lançamento do álbum Meddle, que David realmente começaria a se destacar como vocalista e, principalmente, guitarrista na faixa “Echoes”. A partir daí, o Floyd passaria a ser comandado por duas forças criativas: David Gilmour e Roger Waters.
O primeiro álbum solo, lançado na primavera de 1978, levou seu próprio nome. Este disco fez grande sucesso, alcançando o 29º lugar em vendas. Durante a gravação Gilmour mostrou aos outros integrantes uma nova melodia, que mais tarde se tranformaria em “Comfortably Numb”, do The Wall. Em 1984, David lançou seu segundo trabalho solo, About Face, ficando também entre os mais vendidos. Este disco traz a canção “Murder” que, segundo o livro A Saucerful Of Secrets, é um desabafo da frustração e raiva de Gilmour pelo assassinato de John Lennon.
Depois de Animals, Waters passou a tratar os outros como subordinados, condição nunca aceita por Gilmour. Depois da saída de Waters, em 1984, Gilmour e Nick Mason entraram na justiça na disputa com Waters pelo nome e obra do Pink Floyd. Gilmour e Mason acabaram ganhando o direito de usá-los. Apesar de isto ter desagradado profundamente, Waters, Gilmour e Mason recontrataram Richard Wright, expulso da banda após as brigas com Waters na turnê The Wall, para reativar o Pink Floyd com a gravação de A Momentary Lapse Of Reason.
Gilmour admitiu numa entrevista, em 1992, ter tocado baixo em pelo menos metade de tudo que o PF já gravou. Em meio a insultos públicos do ex-parceiro e desconfiança generalizada da mídia, Gilmour foi novamente posto à prova e venceu: em 1988 fizeram uma turnê milionária para promover Momentary Lapse, chamada Delicate Sound Of Thunder. E em 1994, na turnê do álbum The Division Bell, que resultou no CD duplo Pulse. Gilmour, o atual líder do Pink Floyd, é considerado um dos guitarristas com estilo mais distinto do rock, utilizando ecos, distorções e “delays” como poucos.
RICHARD WRIGHT
Richard William Wright nasceu no dia 28 de julho de 1945 em uma família rica de Londres. Filho de Bridie e Cedric, Wright tem ainda duas irmãs: Selina e Guinvere. Seus pais, Bridie e Cedric Wright tinham outras duas filhas, Selina e Guinvere. Entrou para a escola particular Harberdashers e, aos 17 anos, foi para a Escola de Arquitetura. Lá conheceu o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason, com quem formaria o grupo que daria origem ao Pink Floyd. Eles tocavam, na maior parte do tempo, covers de R&B, o que não agradava muito a Wright, que prefiria mais tocar jazz. Isto só foi mudar algum tempo depois com a chegada de Syd Barrett, que traria um novo tipo de som à banda.
Os novos improvisos de Barrett na guitarra e no teclado agradaram muito a Wright, que passou a ter mais liberdade para colocar seus sentimentos em seu teclado. Mesmo após trocar seu Farfisa por um potente EM VCS3 ele nunca abandonou o piano acústico. O novo sintetizador, entretanto, foi um instrumento crucial na definição sonora de The Dark Side Of The Moon, particularmente em “On the Run” e “Brain Damage” e mais ainda em no álbum Wish You Were Here, em especial nos efeitos de “Welcome to the Machine”.
Com a saída de Barrett do grupo abriu-se espaço para mais composições de Wright. O single “Apples And Oranges” inclui no lado B a canção “Paintbox”. O lado A do single “It Would Be So Nice” também é de Wright. O álbum A Saucerful of Secrets tem mais duas músicas de sua autoria. No disco de estúdio do álbum Ummagumma cada um dos integrantes gravou uma sessão solo.
A contribuição instrumental de Wright, “Sysyphus” - em quatro partes, leva o nome de um personagem da mitologia grega. A parte 1 é mística e tem tímpanos na percussão, enquanto a parte 2 pode ser definida como uma sonata clássica para piano da era romântica. A parte 3 é muito experimental e a parte 4, aberta com som de passarinhos cantando, contém um pesado arranjo com órgão, retomando, às vezes, o tema da parte 1. No álbum The Dark Side Of The Moon a maior contribuição de Wright foi a memorável “The Great Gig in the Sky”. Foi aí que alcançou seu instante máximo no PF: os teclados dividem espaço em pé de igualdade com a guitarra de David Gilmour e cinco das dez faixas trazem sua assinatura.
Os dois álbuns seguintes, Wish You Were Here, em 1975, e Animals, em 1977, consolidaram a posição do PF como um dos maiores nomes do rock, mas, como acontece freqüentemente, o sucesso começou a afetar as relações pessoais dentro do grupo. Trabalhos solo eram uma válvula de escape e Wright realizou Wet Dream, em 1978, acompanhado por Mel Collins (sax), Snowy Whithe (guitarra), Larry Steele (baixo) e Reg Isadore (bateria).
Quando o Floyd começou a gravar The Wall, em 1979, Waters tinha assumido o controle da banda. Wright sentiu isto na pele quando Waters ameaçou parar com as gravações se ele não deixasse o grupo (Waters, acusando-o de não contribuir em nada, chegou a dar pistas em declarações de que Wright, na realidade, estaria “chapado” demais). Wright passou os próximos dois anos como músico pago, tocando na turnê The Wall na América, Inglaterra e Alemanha. A sua saída ainda não era pública, só ficando evidente no lançamento do álbum The Final Cut, em 1983, no qual Wright não foi citado nenhuma vez nos créditos. E foi por essas e por outras que, em poucos meses, a banda sucumbiu ao peso dos desacordos de seus integrantes.
Depois de sua saída do Pink Floyd, formou uma dupla com Dave Harris chamada Zee e juntos lançaram Identity, em 1984. Harry era o antigo líder do grupo Fashion e compôs as letras para as músicas de Wright. Este é o único álbum solo de um “floydiano” que nunca foi lançado em CD. Wright retornou ao Pink Floyd, em 1987, novamente como músico pago e não integrante, depois que Gilmour e Mason reativaram a banda, durante as gravações de A Momentary Lapse Of Reason. Ele chegou muito tarde para participar das composições, mas participou da turnê mundial que confirmou a fama do Pink Floyd de arrastar multidões para shows ao vivo.
Já em The Division Bell, retornaram aos princípios cooperativos que havia perdido nos anos 70. Agora efetivado, Wright é co-autor de “Wearing The Inside Out” com Anthony Moore, e das músicas “Cluster One”, “What Do You Want From Me”, “Marooned” e “Keep Talking” com David Gilmour. O mais importante, como Wright disse: “Neste disco nós três tocamos juntos. É como o antigo Floyd novamente”. Milhares de fãs também sentiram isso durante a turnê que se seguiu, executando mais de cem shows pelo mundo todo, culminando com as 14 noites na Earls Court, em Londres, no outono de 1994.
Em 1996, Rick Wright lançou seu terceiro álbum solo, Broken China, gravado no estúdio de sua casa na França. Ele mesmo produziu o disco, junto com Anthony Moore, que também escreveu as letras. O álbum foi mixado por James Guthrie e teve a participação dos guitarristas Tim Renwick, Dominic Miller e Steve Bolton, o baterista Manu Katche e o baixista Pino Palladino, além de Sinead O’Connor cantando em duas faixas: “Reaching For The Rail” e “Breakthrough”.
O que vem a seguir? Segundo Wright: “Estou muito satisfeito com o que fiz em Broken China, e estou curtindo muito este momento. Tenho também diversas coisas para mudar na minha vida, mas elas não são tão urgentes quanto parecem. Estou realmente dando um tempo para mim. Em breve pretendo montar um novo álbum ou trilha sonora. Se o Floyd acontecer de novo, aconteceu, se não acontecer, não aconteceu. Enquanto isto eu continuo a compor”.
NICK MASON
Nicholas Berkeley Mason nasceu em Cambridge em 27 de janeiro de 1945 e cresceu em Londres, numa família de classe média-alta. O baterista/percursionista é o único integrante do grupo original que fez parte de todas as formações do Pink Floyd. Apesar de não ter muitos créditos em composições do PF, Mason tem a fama de ter sido o pacificador das crises da banda, amortecendo as brigas internas.
Lançou seu primeiro trabalho solo em 1981. Esse álbum, chamado Ficticious Sports, na verdade não tem nenhuma composição sua e o máximo que ele fez foi tocar bateria e emprestar seu nome para ajudar a promover o trabalho. O sujeito só lançaria um verdadeiro álbum solo quatro anos depois, Profiles, juntamente com Rick Fenn.
Outra grande paixão de Mason é o automobilismo, tendo inclusive uma incrível coleção de Ferraris e outros carros raros. De acordo com a revista americana Autoweek, ele tem, entre outros modelos, Ferraris 250 GTO, F40 e 246 GTS Dino, um Bugatti 35B, um Alfa 2300 e uma Maserati 250F. Podemos ver claramente seu hobby no filme La Carrera Panamericana (com trilha sonora de PF, entre outros), sobre uma corrida no México, da qual participam ele, Gilmour e Steve O’Rourke. Uma curiosidade: Mason chegou em quinto lugar.
Mason tem três filhos do primeiro casamento com Lynette, chamados Holly, Chloe e Carey. Atualmente é casado com Lindy. Recentemente, em 1998, escreveu um livro sobre a sua paixão por automóveis, chamado Into The Red. Sem ter mais que dedicar a maior parte do tempo à banda, Mason cuida da sua coleção de carros e, segundo notícias, trabalha na elaboração um vídeo e um livro sobre os primórdios do Pink Floyd.
SYD BARRETT
O guitarrista, vocalista e compositor Roger Keith Barrett nasceu em Cambridge, Inglaterra, em 6 de janeiro de 1946. Tem dois irmãos maiores e uma irmã mais nova chamada Rosemary e ainda na infância ganhou o apelido “Syd”. Filho de uma família rica, perdeu seu pai quando tinha apenas 12 anos. Foi uma criança perturbada por muitos temores que o impediram de adaptar-se ao ambiente familiar e social. Apesar disso, desde pequeno sentiu a sua inclinação para a arte, talvez como uma válvula de escape para seus problemas.
Inicialmente, decidiu-se pela pintura e religião - aos 19 anos Barrett tentou entrar numa seita oriental chamada Saint Saji, comandada por estudantes da Universidade de Cambridge, porém foi recusado por ser considerado jovem demais. Ainda na infância começou a se interessar pela música: seu primeiro instrumento foi um ukelele, e aos 11 anos ganhou um banjo de seus pais. Um ano depois ganhou um violão acústico Hoffner #12, com o qual tocou por um ano, com a ajuda de livros e amigos. Entre estes amigos encontrava-se David Gilmour.
Não demorou muito para Barrett se interessar pela guitarra elétrica e, aos quinze anos, entrou em sua primeira banda: Geoff Mott And The Mottoes, que tocava principalmente instrumentais dos Shadows e algumas canções americanas e apresentava-se em festinhas e clubes. O grupo logo se desfez e Barrett passou a tocar blues, desta vez com um baixo. Depois dos 16 ficou alguns anos sem participar de banda alguma, e foi durante esse tempo que comprou uma guitarra de 12 cordas e um baixo Hofner, com o qual começou a tocar mais tarde em outro grupo local, The Hollering Blues.
Barrett iniciou seus estudos de 2º grau na Cambridge High School, a mesma freqüentada por Roger Waters. Este estava dois anos letivos à sua frente, o que não os impediu de firmarem uma forte amizade. Quando terminou os estudos, Barrett mudou-se para Londres com a intenção de estudar pintura na escola de arte de Camberwell, em Peckham, que ficava entre Cambridge e Londres, onde dividia um apartamento com Waters. Foi também em Londres que os dois formaram o grupo The Abdabs que logo daria origem ao Pink Floyd. Como Waters já tocava o baixo, ambos decidiram que Barrett deveria dedicar-se à guitarra. As primeiras composições originais de Barrett incluiam “Effervescing Elephant”, escrita aos 16 anos de idade, e “Golden Hair”, baseado no livro Chamber Music, de James Joyce. Syd estava sendo influenciado naquele tempo pelos Rolling Stones, Beatles, Byrds e Love. O produtor Peter Jenner recorda-se sobre a gravação das primeiras músicas: “Eu estava lhe falando de uma música de Arthur Lee que eu não lembrava o nome, então cantarolei um pedaço. Syd pegou a guitarra e começou a acompanhar.
Por fim saiu a trabalhar o padrão de acordes que mais tarde se tornaria a música ‘Interstellar Overdrive’”. E foi esta a música que conferiu a reputação de experimental ao PF e foi gravada pelo grupo durante as primeiras sessões no Chelsea’s Sound Techniques, em fevereiro de 1967, juntamente com “Arnold Layne”, que faria parte do primeiro single do grupo. Este single tinha também a música “Let’s Roll Another One” que mais tarde levaria o nome de “Candy And A Currant Bun”. O disco entrou para o “Top 30” e confirmou o grupo como uma atração nacional, o que permitiu a Barrett dedicar-se a compor novos temas.
Em agosto de 1967 o PF lançou seu primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, mostrando Barrett como o líder natural do grupo e compositor da maioria das músicas. Entretanto, foi justamente nesta época de ascensão que Barrett começou a apresentar um comportamento problemático. Em novembro, apenas alguns meses depois do lançamento do LP, falou compulsivamente em um programa de televisão e, logo depois, no programa de Pat Boone, não conseguiu responder a nenhuma das perguntas que foram feitas, olhando fixamente para o apresentador durante todo tempo.
Existe também o controvertido episódio do penteado de cabelo com Mandrax, que muitos afirmam ser verdadeiro. Barrett teria misturado o produto com creme para cabelo e usado a mistura em grande abundância no penteado. Sob o calor das luzes do estúdio a mistura começou a escorrer pelo seu rosto, dando a impressão de que Syd estava derretendo. Não é difícil imaginar porque os seus companheiros de grupo e a platéia não conseguiam se concentrar no show.
O ano de 1968 foi o mais obscuro para Barrett. Em janeiro, Gilmour integrou-se à banda para substituí-lo quando este tinha um de seus bloqueios mentais, cada vez mais freqüentes. A idéia inicial era de Gilmour assumir a guitarra apenas quando Barrett não pudesse tocar. Esta estratégia não funcionou e Barrett tornou-se completamente incapaz de apresentar-se ao público. Finalmente, em 2 de março de 1968, ele abandonou definitivamente o grupo após uma conversa com o grupo em Ladbroke Road.
Waters convenceu-o a tornar-se o compositor, mas sem tocar ao vivo. Isto nunca se confirmou, pois Barrett nunca mais compôs nada para o Pink Floyd. Iniciou-se, então, uma grande série de gravações estranhíssimas com Peter Jenner, que resultaram em quase nada devido ao comportamento mais estranho ainda de Barrett. Surgiram apenas algumas músicas, entre elas “Opel”, “Terrapin”, “Swan Lee” e “Clowns and Jugglers”. Rumores a respeito de quebras de microfones e confusões generalizadas durante as gravações levaram a gravadora EMI a desistir definitivamente de Barrett.
Em março de 1969, quase um ano após a grande confusão, Barrett perguntou à EMI se podia voltar a gravar. Como ele havia sido o líder de uma das principais atrações da empresa e ainda estava sob contrato, sua volta foi aceita. Malcoln Jones foi escolhido para organizar a produção do novo material de Barrett, que parecia bastante lúcido e estável apesar dos boatos que corriam. Ele explicou a Jones que tinha grande quantidade de material novo e que desejava resgatar parte das gravações feitas com Peter Jenner. Tudo parecia bom demais para ser verdade.
Imediatamente Jones falou com Roy Featherstone, seu superior na EMI, tentando a recuperação artística de Barrett. Featherstone aceitou bem a idéia e conseguiu a autorização do gerente de produções Ron White. Jones lembra que “...honestamente foi difícil convencer ambos a autorizarem as gravações de Syd, apesar de conhecerem seu potencial e seu êxito”.
O primeiro passo era determinar se o material disponível seria suficiente para um LP ou se seria lançado em singles. Depois era necessário encontrar um produtor que agradasse a Syd e à EMI. A empresa fazia questão da presença do produtor, temendo a repetição dos problemas ocorridos anteriormente. A primeira opção foi Norman Smith, mas ele recusou, pois estava trabalhando com o PF. Peter Jenner achou melhor se manter afastado do projeto. Quando Malcolm perguntou a Barrett quem poderia ser o produtor, ele simplesmente disse “Faça-o você”. Vale lembrar que em 1969 ninguém produzia seus próprios discos, nem mesmo os Beatles.
O álbum The Madcap Laughs foi lançado pela Harvest em janeiro de 1970, precedido pelo lançamento de um single com “Octopus” e “Golden Hair”. Syd apareceu em 24 de fevereiro, ao vivo, no programa Top Gear, de John Peel. Tocou cinco músicas sendo apenas “Terrapin” do álbum. As outras eram novas: “Gigolo Aunt”, “Baby Lemonade”, “Two Of A Kind” (nunca gravada) e “Effervescing Elephant” (resgatada do repertório juvenil de Barrett). O lançamento motivou um grupo de fãs a criar a “Syd Barrett Musical Apreciation Society”, que começou a editar uma revista com o nome “Terrapin”.
Em 26 de fevereiro de 1970, Barrett voltou aos estúdios de Abbey Road junto com seu amigo Gilmour, seu novo produtor, para trabalhar no segundo disco. O álbum Barrett, para o qual o próprio Syd fez a capa, foi lançado em novembro de 1970 com uma receptividade menor. Era aparente que esta segunda seleção capturou um talento que se encontrava em processo de desintegração. Gilmour recorda-se que Syd sempre tinha algo novo para gravar.
O ano de 1971 começou com rumores sobre lançamento de um single e de um terceiro álbum. Barrett apresentou-se no programa Sounds Of the Seventies, da Radio 1, tocando “Baby Lemonade”, “Dominoes” e “Love Song”. Barrett já estava entrando para uma vida reclusa, embora em uma entrevista no fim de 1971 para a revista Rolling Stone tenha dito que estava “perfeitamente inteiro”. Poucas semanas depois, em uma aparição no Kings College Cellar, de Cambridge, o músico de blues Eddie “Guitar” juntou no palco Barrett, o baixista Jack Monch (ex-Delivery) e o baterista “Drummer” Twink para uma improvisação. A química parecia que havia dado certo e eles formaram o grupo Stars, que se apresentou no Cambridge Corn Exchange. O resultado foi caótico e Barrett faltou na apresentação seguinte. Os outros shows foram cancelados e sua sanidade mental foi posta seriamente em dúvida novamente.
Em 1973, o Pink Floyd lançou The Dark Side Of The Moon com a música “Brain Damage”, que faz clara referência a Syd. Devido ao extraordinário êxito deste álbum houve uma nova onda de interesse pelo ex-líder do grupo, o que levou ao relançamento dos dois discos solo de Barrett na forma de um duplo. Ao mesmo tempo, a revista Terrapin enviou à EMI um abaixo-assinado pedindo o lançamento de um álbum com o material arquivado, o que só seria feito quinze anos depois.
Em 1974 aconteceu a discutível tentativa de colocar Barrett novamente em um estúdio de gravação. Não existe nenhum registro que comprove essas sessões, que teriam sido quatro e patrocinadas por algum misterioso benfeitor. Alguns dizem que foi David Bowie que, no álbum Pin Ups, havia incluído uma versão de “See Emily Play”. A dura realidade da droga e da loucura de Barrett acabou por torná-lo um prisioneiro de si mesmo, simplesmente sumindo de circulação. Entretanto, o interesse pelas suas composições permaneceu constante, alimentado pelo mistério que rodeava o personagem, ainda mais com o lançamento em 1975 de Wish You Were Here, um tributo à figura de Barrett.
Nada se sabia de Barrett. Existiam rumores sobre seu estado de saúde, alguns pensavam até que o músico havia morrido. Essas especulações acabaram por elevá-lo a um nível legendário só alcançado por Morrison, Hendrix ou Joplin. Em 27 de março de 1987 surgiu um álbum chamado Beyond The Wildwood - A Tribute To Syd Barrett no qual vários artistas do underground ofereciam suas versões das músicas de Barrett como uma forma de demonstrar a influência que o mártir vivo teve sobre eles. A empresa fonográfica alemã Dutch East Ind. lançou um álbum com as músicas tocadas no programa de John Peel, que até hoje é a única gravação ao vivo de Barrett que permanece.
Finalmente, em 1988, 18 anos depois da última gravação de Barrett, a EMI-Capitol juntou o material inédito do artista e lança o álbum Opel. Em 1991, um sobrinho seu, chamado Ian Barrett, concedeu uma entrevista no qual se conheceram alguns detalhes da vida atual de Syd Barrett. Em 1992 foi lançada uma recompilação chamada Octopus, The Best Of Syd Barrett.
Em julho de 1993 apareceu uma nova revista em tributo a Syd com o nome de Anderson Council (o nome Pink Floyd deriva dos nomes Pink Anderson e Floyd Council). Esta revista prometia continuar o caminho iniciado por “Terrapin”, que deixou de ser editada alguns anos antes. Neste mesmo ano foram lançados os livros “Crazy Diamond”, de Mike Wartkinson e Pete Anderson e uma caixa com o mesmo nome contendo os três discos oficiais do artista e ainda algumas gravações inéditas.
Para colecionadores, a editora UFO lançou um livro chamado Pink Floyd: The Syd Barrett Years - A Photographic Diary que contém a história do PF com Barrett literalmente dia a dia, desde 1966 até 1968, com mais de cem fotografias inéditas. Em 1997 foi lançada a edição de trigésimo aniversário de The Piper at the Gates of Dawn. O curioso é que foi lançado em mono, seguindo a forma original que havia sido aprovada por Barrett por ocasião do lançamento original. Em 1998 saiu o livro Out Of The Woods escrito por Julian Palacios. O autor afirma que é a biografia mais completa já feita. E em 2001 foi lançada mais uma coletânea com músicas de Barrett, Wouldn’t You Miss Me?, desta vez com a faixa inédita “Bob Dylan’s Blues”.
Hoje em dia Barrett vivia isolado em sua casa, morando com a mãe. Gilmour disse em entrevista que, apesar do estado mental de Barrett ter melhorado consideravelmente, ele sofria de diabetes e estava perdendo um pouco de sua visão. Barrett, que atualmente dedicava-se à pintura, certamente nunca terá esquecida sua contribuição para o surgimento do movimento psicodélico-progressivo.
Pink Floyd
O Dinossauro No Vale Do Eco
Carlos Eduardo Lima
Colaborou Löis Lancaster
Estamos em Londres. A cidade não é a mesma já há alguns anos, quando um grupo de sujeitos com penteados de pajem resolveu mudar tudo por aqui. Toda uma geração de jovens que parecia fadada ao tédio e à opressão de um pós-guerra que já durava vinte anos vê uma possibilidade de reagir, libertar-se, enfim, viver. A música dá as boas vindas aos jovens. Muita gente pula para outras formas de arte, mas ouvir é o primeiro uso dos sentidos. Londres está ouvindo.
E o que não falta é som pra ser ouvido. Temos bandas que emulam rock americano, temos bandas que emulam sons negros americanos, temos uma banda com um sujeito bocudo e mais uns caras mal encarados. Temos uma banda com um sujeito narigudo e uns sujeitos que andam de lambreta. E temos a história que passamos a narrar abaixo.
O ano é 1965. Richard Wright, Nick Mason e Roger Waters faziam Faculdade de Arquitetura na Escola Politécnica de Londres. Waters e Mason eram colegas de infância e passaram boa parte de sua adolescência juntos em Cambridge. Wright foi o primeiro a largar os estudos para se dedicar à música e não tardou para Mason e Waters juntarem-se a ele para formar um grupo de rhythm’n’blues, inicialmente chamada de Sigma 6. A formação era a seguinte: Wright (guitarra base), Waters (guitarra solo), Mason (bateria), Clive Metcalf (baixo), Keith Noble (vocal) e Juliet Gale (vocal). Ao longo de sua curta existência, chamaram-se T-Set, Meggadeaths, Leonard’s Lodgers e The Abdabs (com duas variações: Architectural Abdabs e Screaming Abdabs).
Acabaram no mesmo ano. Metcalf e Noble foram tentar a sorte em outras bandas e Juliet Gale casou-se com Wright. Ele convidou dois amigos para juntarem-se ao grupo, Syd Barrett, que estudava Belas Artes na mesma faculdade, e Bob Close. Este último não permaneceu muito tempo, mas Barrett ficou para ver onde aquilo ia dar. Nem ele poderia imaginar que seria o grande responsável pelo surgimento do Pink Floyd. A partir da entrada de Barrett, o nome mudou novamente, desta vez para The Pink Floyd Sound (união dos nomes Pink Anderson e Floyd Council, dois bluesmen da Georgia, ídolos de Barrett). Rumores dão conta de que o novo nome da banda veio de Floyd, que seria um ácido lisérgico de terceira categoria de coloração rosada (pink), mas a versão mais aceita é mesmo a primeira.
Com a chegada de Barrett, as funções dos músicos também mudaram, passando Waters a ficar com o baixo, Wright com os teclados, Mason com a bateria e Barrett com a guitarra, sendo que Waters, Wright e Barrett revezavam-se no vocal. Barrett, que além de músico era também compositor, pintor e poeta, planejava, produzia e comandava os shows, nos quais, por meio de projeção de slides e jogos de luzes, tentava reproduzir as “viagens” provocadas pelo LSD. Tocaram por cerca de um ano como The Pink Floyd Sound, passando depois para The Pink Floyd e finalmente Pink Floyd.
A confiança foi crescendo e eles foram, aos poucos, passando das covers de pop songs da época e de standards R&B para suas próprias e prolongadas experiências psicodélicas. Começaram a chamar atenção como parte do grupo de contra-cultura centrado na Free London School, que reunia-se na All Saint’s Church Hall. Tocavam em diversas casas noturnas do underground inglês, sendo a mais famosa delas a UFO (Underground Freak Out).
Em 15 de outubro de 1966, em uma festa em Roundhouse, fizeram sua estréia oficial. Estas apresentações duraram aproximadamente um ano e meio, até que, entre 1966 e 1967, Joe Boyd, junto com o engenheiro John Woods, os conduziu a produzir uma gravação independente no estúdio Sound Techniques. A idéia básica era gravar uma fita demo para oferecer às grandes gravadoras. Mas foi a modesta Thompson Records que lançou o compacto “Lucy Leave”/”I’m A King Bee”. A EMI inglesa, que antes havia classificado o som da banda como “experimental demais”, empolgou-se com o sucesso da estréia e ofereceu um contrato ao Pink Floyd.
Tendo Barrett como compositor principal, o primeiro compacto de grande sucesso saiu via EMI, no dia 11 de março de 1967, contendo as faixas “Arnold Layne” e “Candy And A Currant Bun” (ambas tiradas da primeira fita demo).
Norman Smith, produtor do grupo na EMI, gastou horas e horas em estúdio para tentar conseguir, no segundo compacto (“See Emily Play”/”Scarecrow”), o mesmo padrão sonoro de “Arnold Layne”. Não conseguindo, levou-os novamente ao Sound Techniques, chamando John Woods de volta para repetir a façanha. O single foi lançado na Inglaterra no dia 16 de junho de 1967 e obteve um desempenho melhor que o primeiro, chegando ao quinto lugar nas paradas. Este single foi lançado no Brasil pela Fermata, mas não teve a menor receptividade por aqui. Com seus dois primeiros singles, o Pink Floyd alcançou dois “Top 20 singles” e um “Top 10 album” naquele ano.
Em 16 de março de 1967, iniciaram a gravação de “Interstellar Overdrive” e seu primeiro álbum, The Piper At The Gates Of Dawn, no estúdio 1 de Abbey Road. E uma curiosidade: ao lado deste, no estúdio 2, os Beatles gravavam Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que até hoje disputa com The Piper o título de precursor do rock psicodélico. Era o tempo em que os integrantes do Pink Floyd estavam pesadamente envolvidos com drogas, especialmente o LSD, largamente usado na época. Diz a lenda que o consumo de ácido pelo Floyd era equivalente ao de um pequeno país.
Foi aí que Barrett começou a ter sérios problemas psicológicos, não sabendo como lidar com o rápido sucesso e com as drogas. Mesmo depois de retornarem de uma turnê pela América, onde haviam tido grandes problemas com Barrett nos palcos, decidiram mantê-lo no grupo, pensando que ele ainda poderia tomar jeito. Porém, sabiam que precisavam tomar alguma providência, e a solução que encontraram foi a de contratar outro guitarrista. O escolhido foi David Gilmour, antigo amigo de Barrett e Waters em Cambridge.
Gilmour entrou em cena no início de 1968, e o último relato do Floyd com Barrett em compactos foi lançado em 18 de novembro de 1968, contendo as faixas “Apples And Oranges” e “Paint Box”. Em 11 de fevereiro de 1968, uma rara aparição do PF como quinteto se deu no programa de rádio Top Gear, da BBC, apresentado pelo então famoso John Peel.
Enquanto isto, o segundo álbum da banda, A Saucerful Of Secrets, era gravado. Quando Gilmour foi contratado, três faixas já estavam prontas, com Barrett ainda na guitarra. Até hoje não se sabe ao certo quais são as faixas em que Barrett participa. Uma delas, certamente, foi “Jugband Blues”, de sua autoria. Outra foi “Remember A Day”, que era para ter sido lançada no primeiro álbum, mas acabou não tendo espaço. A terceira nunca foi confirmada, com as dúvidas pendendo entre “Corporal Clegg” ou “See Saw”.
Em 29 de junho de 1968, o LP foi lançado, não alcançando, porém, o mesmo sucesso do primeiro álbum. Alguns viram nisso o fim do brilho do PF e de suas extravagâncias sonoras. Para piorar, o estado mental de Barrett estava cada vez mais grave, até que no final da tarde do dia 2 de março de 1968, depois de uma reunião controvertida, os outros músicos e seus agentes decidiram que Barrett deveria sair da banda, pois além de não trazer mais contribuições, atrapalhava as gravações e dava vexames nos shows, chegando a ficar uma música inteira tocando o mesmo acorde, catatonicamente.
No período entre 1968 e 1970, anos pós-Barrett, parecia que aquelas pessoas estavam certas sobre o fim do PF, mas a banda esforçou-se para encontrar o sucesso sem a sua principal peça. Foi aí que Waters assumiu o posto de principal compositor. O grupo continuou em suas raízes psicodélicas, mas a forma nova e diferente de Gilmour tocar a guitarra começava a aparecer. Em 1969, iniciaram-se em uma atividade que acabaria se tornando bastante freqüente nos grupos de rock da época: a realização de trilhas sonoras para filmes.
A primeira trilha sonora “floydiana” foi feita para o filme More, dirigido por Barbet Schroeder e estrelado por Malcolm McDowell, de Laranja Mecânica. Em março do ano seguinte fariam uma nova trilha sonora, desta vez para o filme Zabriskie Point, de Michelangelo Antonioni. Só que desta vez não foram tão felizes quanto na primeira: depois de duas semanas de trabalho em Roma, Antonioni escolheu apenas três das músicas compostas, completando a trilha com composições de Grateful Dead, Jerry Garcia, Youngbloods e algumas outras bandas de menor destaque.
Uma das composições escolhidas, “Come In Number 54, Your Time Is Up”, apareceria no álbum seguinte do grupo, Ummagumma, tocada ao vivo sob o título “Careful With That Axe, Eugene”. Foi neste disco, em que cada integrante tem uma composição própria, que Gilmour começou a mostrar seu talento como guitarrista e compositor, incentivado por Waters. Marcado pelo experimentalismo, o trabalho mostrou que o grupo parecia incapaz de compor as pequenas pérolas de Barrett, preferindo os instrumentais longos, mas antevendo uma tendência que iria dominar o rock nos próximos dez anos.
Na verdade, o Pink Floyd já adorava compor longos instrumentais e não cogitava a possibilidade de escrever canções curtas naquele momento. A maior prova é a versão de “Astronomy Dominé”, de Ummagumma, bem maior que a original. Esta filosofia foi mantida no lançamento seguinte, Atom Heart Mother, de 1970. Com o mesmo título do álbum, a primeira música é uma incrível peça instrumental na qual o PF toca acompanhado de uma verdadeira orquestra, ocupando todo o lado A do LP com seus mais de vinte e três minutos. Seguindo três músicas compostas respectivamente por Waters, Wright e Gilmour, aparece outra faixa instrumental e extremamente experimental: “Alan’s Psychedelic Breakfast” - a incrível composição serve de trilha sonora para o café da manhã de Alan.
A partir deste disco, o mundo começou a perceber as qualidades musicais do grupo, e foi neste período de transição que se tornaram populares nos dois lados do Atlântico. No ano seguinte, 1971, foi lançada a coletânea Relics, com algumas músicas de Barrett e outras faixas mais raras que só haviam sido lançadas em singles. Em 11 de novembro do mesmo ano, saiu aquele que é considerado o primeiro grande álbum dos seus anos de glória: Meddle, com a suíte “Echoes”, ocupando todo o lado B do LP e outros mimos, como a encantadora diversão à beira mar de “San Tropez”.
Em 1972, após lançar outra trilha sonora, Obscured By Clouds, para o filme La Vallée, e gravar o badaladíssimo show Live At Pompeii, iniciaram as gravações daquele que seria o álbum de rock progressivo mais vendido de todos os tempos: The Dark Side Of The Moon. Foi lançado em 24 de março de 1973, depois de mais de sete meses de gravações, utilizando os recursos instrumentais mais modernos da época, aliados ao trabalho técnico de Alan Parsons. Batendo todos recordes, o disco entrou para a história como um dos melhores do século.
Vendeu mais de 25 milhões de cópias, permaneceu nas paradas da Billboard por mais de vinte anos, sendo o terceiro álbum mais vendido de todos os tempos e aparecendo até no Guinness Book of Records, além de ter sido marcado pela primeira homenagem da banda a Syd Barrett, mais evidente na faixa “Brain Damage”. É também neste álbum que Waters começa a mostrar o seu verdadeiro talento como letrista e compositor, sendo ele o responsável por todas as letras do disco.
Depois de uma longa turnê de dois anos, o PF trocou de gravadora, voltando ao estúdio para gravar aquele que seria a confirmação da singularidade da banda, o álbum Wish You Were Here, lançado em 1975 pela Columbia, e considerado pelo próprio David Gilmour como o melhor álbum do Floyd. Aqui é feita mais uma homenagem, desta vez bem mais intensa, a Barrett. Isto aparece com mais evidência em duas músicas: na magnífica e impecável instrumental “Shine On You Crazy Diamond” e na faixa-título.
Existe uma história de que Barrett apareceu no estúdio durante as gravações, gordo, careca, mal vestido e quase irreconhecível. Ele aparecia por lá dia após dia até que um dos integrantes da banda finalmente o reconheceu. Foi aí que todos perceberam que era ele e comoveram-se muito, dizem até que Waters chegou a chorar de emoção. Outro homenageado é o cantor Roy Harper, convidado especial para cantar em “Have A Cigar”.
O trabalho seguinte, Animals, só seria lançado dois anos depois. Este álbum (que alcançou o terceiro posto na parada britânica) é significativo por ser o primeiro a não ter em nenhuma música algum crédito a Wright. Entretanto, algumas músicas, como “Sheep”, já existiam antes mesmo de Wish You Were Here ser composto. Eram tocadas ao vivo com outras letras, que foram modificadas para atender ao conceito geral do disco de falar de pessoas como animais. Ao mesmo tempo em que marcava dez anos de Pink Floyd, Animals assinalou também o início de uma época de grande crise interna para a banda. Isto se deve, principalmente, ao fato de Waters começar o seu período de “imperador” do grupo, o que pode ser notado pelas composições que, à exceção de “Dogs”, são todas dele. Pode-se notar também o início da predominância dos temas político-sociais, resultado principalmente da morte do pai de Waters na II Guerra Mundial.
Depois de uma tensa e conturbada turnê, o ano de 1978 passou sem nenhum lançamento do PF. Neste ano Wright e Gilmour aproveitaram para descarregar a tensão que se acumulava na banda e lançaram seus álbuns solo. No ano seguinte, sob ameaças de Waters abandonar o grupo, o qual julgava agonizante, foi lançado o histórico The Wall, que nasceu de uma escolha. Waters, na época, apresentou dois projetos para a banda decidir qual seria desenvolvido (num momento democrático, digamos) e o grupo considerou The Wall mais interessante em virtude do tema, enquanto o outro (que Waters acabou transformando em seu solo The Pros and Cons Of Hitch Hiking) musicalmente prometia mais.
Bob Erzin foi contratado para amenizar as brigas entre Gilmour e Waters e pilotar a produção. Waters é o autor de todas as letras e de quase todas as músicas do disco e tentou demitir o diretor Steve O’Rouke, tornando-se cada vez mais ditatorial.
Foi com este clima que o grupo, liderado por Waters, decidiu que Richard Wright, que a esta altura não contribuía muito para a banda, sairia, sem participar das sessões finais das gravações. Wright decidiu aceitar sua saída com a condição de terminar as gravações e a turnê do álbum. The Wall faz uma intensa crítica aos alicerces da sociedade atual (governo, educação, família etc.), baseada em grande parte na vida de Waters, que procura mostrar como a sociedade contribui para a alienação de uma grande massa de pessoas e para o isolamento das que não entram nessa alienação. Muito rico, tanto lirica quanto musicalmente, acabou sendo o álbum duplo mais vendido da história. Os shows sempre tinham um enorme muro, que era construído durante o show e destruído ao final. A turnê, por ser extremamente cara, teve poucas apresentações e, apesar das grandes audiências, chegou a causar prejuízo financeiro em alguns shows.
Em 1982, foi feito um filme para o álbum, logo taxado de ópera-rock. Com Bob Geldof fazendo o papel do Pink, e Alan Parker como diretor, o filme não agradou a Waters, gerando longas discussões entre ele e o diretor. Alan Parker acabaria dizendo que The Wall foi o “filme de universidade mais caro que ele já havia feito”. Neste ponto, devido à atitude de Waters de dizer que o Pink Floyd era ele, o grupo foi reduzido quase realmente a nada. Definitivamente sem Wright, lançaram em 1983 The Final Cut, considerado por muitos seu pior disco e praticamente um trabalho solo de Waters, com Gilmour e Mason rebaixados a praticamente músicos de estúdio. Essa opinião foi reforçada quando as vendas do álbum não alcançaram os mesmos níveis dos discos anteriores. Dizem até que era para ser um solo de Waters, mas, por obrigações contratuais, foi lançado sob o nome do Pink Floyd. O álbum traz novamente como tema a vida de Waters e a perda de seu pai na II Guerra Mundial, coisa que muitos já não agüentavam mais ouvir.
Em 1985 Waters deixou oficialmente o grupo dizendo que sem ele o PF estava morto, anunciando inclusive o fim da banda. Em 1986, depois de uma amarga discussão judicial com Waters pelo nome do grupo, Mason e Gilmour reviveram o PF. E já no ano seguinte Wright foi chamado de volta e retornaram com A Momentary Lapse Of Reason, lançado em setembro de 1987. A excursão que se seguiu foi muito bem sucedida, melhor até do que o esperado, arrecadando milhões de dólares em todo o mundo. Teve seu auge em Veneza, onde levou cerca de 200 mil pessoas a um palco flutuante. O álbum fez grande sucesso, ficando até entre os “Top 10” da parada americana, e sua turnê, que trazia além das músicas do último álbum vários sucessos antigos do PF, foi lançada em 1988 no álbum duplo Delicate Sound Of Thunder.
Depois de um longo intervalo, retornaram, em 1994, com o ótimo The Division Bell, desta vez com Wright como integrante da banda junto com Gilmour e Mason. O trio trabalhou de forma coesa pela primeira vez desde Wish You Were Here, como eles mesmos disseram em várias entrevistas. O álbum foi um grande sucesso, primeiro lugar na América e Inglaterra. A turnê foi grandiosa, inovando na iluminação, fogos de artifício e materiais de palco, levantando 1 bilhão de dólares só nos Estados Unidos, além de ter ficado marcada pela primeira versão de “The Dark Side Of The Moon” tocada ao vivo e na íntegra desde a saída de Waters. No ano seguinte a turnê foi lançada em CD (com uma luxuosa embalagem com uma luzinha vermelha piscante, simbolizando o “pulse”) e vídeo com o enigmático título Pulse, que alcança novamente o primeiro lugar nos EUA e Reino Unido.
Desde então a banda não gravou nem tocou mais, com Waters, Wright, Gilmour e Mason fazendo aparições em álbuns solo, pequenos shows e parcerias com outros músicos. Barrett vivia isolado em sua casa, dedicando-se principalmente à pintura. Em setembro de 1999 foi anunciado o lançamento da turnê do álbum The Wall, de 1979, em CD e vídeo. O álbum, intitulado Is There Anybody Out There? - The Wall Live, teve sua data de lançamento adiada de 1º de dezembro de 1999 para 7 de fevereiro de 2000. Finalmente, no dia 27 de março, saiu o disco, com uma boa receptividade por parte do público e com atrativos de sobra para fãs do Floyd.
DISCOGRAFIA SELECIONADA
Dark Side Of The Moon, 1973
Originalmente lançado em 1973, é um disco perene e com cara de novo para todas as gerações de amantes do rock. É obrigatório e pronto. Esta complexa coleção de canções talvez seja tão importante por não preocupar-se com tempo, refrão ou qualquer outra coisa. Tudo parece sair naturalmente. Canções lentas e hipnóticas, feitas com texturas e mais texturas de instrumentos, vocais e efeitos especiais pioneiros totalmente analógicos, são dominantes ao longo do disco. A dívida eterna que Kraftwerk e Tangerine Dream têm com “On the Run”; o blues pervertido de “Money”, passando pela manjadíssima “Time”, chegando até momentos de pura poesia como “Us And Them” e “The Great Gig In The Sky”. Este é o trabalho mais popular do Pink Floyd e é o melhor ponto de partida para a iniciação.
Wish You Were Here, 1975
Wish You Were Here é um feixe de canções dedicadas ao primeiro frontman do Floyd, Syd Barret. Duas singelas canções sobre as agruras do meio musical (“By the way, which one’s Pink?”), e duas enormes e pungentes músicas tendo a amizade perdida como tema central. A grande estrela do disco está por trás das câmeras, por assim dizer. A produção é voltada exclusivamente para a tarefa de fazer as canções soarem profundas e irresistíveis. E, pelamordeDeus, o que é “Shine On You Crazy Diamond” senão exatamente isso? E o que dizer da faixa-título? Como se não fosse o bastante, David Gilmour exibe sua melhor forma neste disco, que é um tributo apaixonado ao amigo Barrett, além de um trabalho honesto e quase perfeito. Um dos grandes álbuns de rock desde sempre.
Meddle, 1972
Este disco marca a transposição do PF para o chamado “rock progressivo”. Até então mais psicodélico que qualquer outra coisa, o som do grupo dava sinais de mudança evidentes logo na primeira faixa, a multi conhecida e platinada “One of These Days”. A aproximação com os temas de referência erudita e a aura conceitual do disco também mostram uma banda ousando e acertando na maioria do tempo. Para os ouvidos deste que vos escrevem, entretanto, a melhor música deste belo trabalho é a desencanadíssima “San Tropez”, de Richard Wright, com uma levada meio indolente e jazzy, pontuada por belíssimos solos de Gilmour e Wright. Ensolarada como nenhuma outra canção floydiana.
The Piper At The Gates Of Dawn, 1967
Ao ouvirmos a estréia do PF em disco, não podemos acreditar que começaram como uma mera formação de r&b tão comuns em meados dos 60 na Inglaterra. O que Syd Barrett propunha aqui era tão ousado (até mesmo em termos de Sgt Peppers’ e outras obras psicodélicas da época) que chega a assustar. Este disco mostra a psicodelia adaptada à realidade humana, ou seja, nada de palhacitos ou bandinhas coloridas. O negócio aqui é a esquisitice do personagem de “Arnold Layne” ou a obsessão pré-gótica de “See Emily Play” ou o ineditismo do instrumental de “Interstellar Overdrive”. Músicas memoráveis como “The Scarecrow” e “The Gnome” mostram que Barrett parecia fadado a fazer parte do grande panteão dos gênios, ao lado de Lennon, McCartney, Townshend, Gaye, Morrison e outros, se sua proposta não fosse tão arriscada. Mas a história seria o seu lugar a partir deste disco.
The Wall, 1979
The Wall pode ser encarado como um disco de uma música só, dividida em várias partes distintas. A idéia central é fazer uma crítica aos métodos de educação das escolas britânicas e outras instituições da terra da rainha, sempre sob o ponto de vista de Roger Waters e sua infância e adolescência. Claro que há momentos de brilho intenso como as três partes de “Another Brick In The Wall”, “Run Like Hell” e, principalmente, “Comfortably Numb”. A qualidade das composições, todas amarradas ao tema central, dá a noção da perfeição com que os integrantes conseguem transmitir a opressão sugerida por Waters.
OS PINKS E OS FLOYDS
ROGER WATERS
O baixista, vocalista e compositor George Roger Waters nasceu no dia 9 de setembro de 1943, em Cambridge. Waters é o responsável pela composição de grande parte dos álbuns de sucesso do Pink Floyd, como The Dark Side Of The Moon, Wish You Were Here, Animals e The Wall. Ele sempre se destacou, ao lado de David Gilmour, como o principal compositor do Pink Floyd, porém, no período de seis anos que separam os álbuns Animals e The Final Cut, a banda passou a ser dominada por uma fonte de criação.
Suas ânsias de “imperador” do grupo cresciam cada vez mais rápidas (causando inclusive a saída de Richard Wright em 1981) até que ele mesmo decidiu sair em 1984, ao mandar uma carta à Columbia dizendo estar deixando o Pink Floyd e que a banda estava acabada. Três anos depois, Gilmour e Nick Mason decidiram reviver a banda e gravar um novo álbum. Isto desagradou muito a Waters, que tentou, sem sucesso, impedir judicialmente o retorno do Floyd, que ele julgava morto após a sua saída.
Em 1970 Waters lançou seu primeiro álbum solo: a exótica trilha sonora The Body, no qual são reproduzidos nas músicas sons do corpo humano. Mesmo depois de abandonar o Floyd, Waters permanceu musicalmente ativo, lançando em 1984 seu segundo solo: The Pros And Cons Of Hitch Hiking. Dois anos depois contribuiu, junto com outras bandas, na trilha sonora de um filme pouco conhecido chamado When The Wind Blows.
Somente em seu próximo álbum, Radio KAOS, Waters voltou a fazer turnês. Em 1990 realizou o memorável concerto The Wall Live In Berlin, em comemoração pela queda do Muro de Berlin. Neste show, Waters interpretou o álbum The Wall, com a participação de vários músicos e bandas convidados para tocar no lugar dos integrantes originais do Pink Floyd.
Seu trabalho mais recente, Amused To Death, apesar da intensa propaganda, não foi o sucesso de vendas que ele esperava. Isso foi decepcionante para vários fãs, que consideram este álbum seu melhor trabalho. Em 1999 Waters volta às tours, desta vez em acomodações mais modestas, com a turnê In The Flesh, revivendo os clássicos do Pink Floyd junto com seus trabalhos solos. Estas apresentações se transformaram num disco duplo, lançado neste ano.
DAVID GILMOUR
David Jon Gilmour nasceu em Cambridge, Inglaterra, no dia 6 de março de 1946, às 21h, em uma família de grande formação acadêmica. Sua mãe, Sylvia, era uma editora de filmes e seu pai, Douglas, professor de Genética na Universidade de Cambridge. Casou-se com Ginger em 1975 e tiveram 4 filhos: Sara, Clare, Alice e Matthew, antes do divórcio em 1988. David está atualmente casado com a jornalista Polly Samson, que colaborou em The Division Bell. Tem com ela um filho chamado Joe, nascido em junho de 1995, tendo também adotado o filho do primeiro casamento de Samson, Charlie.
Logo aos dez anos Gilmour começou a se interessar pela música e já ouvia Bill Halley e Elvis. Começou a tocar aos 13 anos, quando ganhou seu primeiro violão. Gilmour sentia-se atraído principalmente por blues e folk, e começou a aprender a tocar com um disco-tutor de Pete Seeger. Mais tarde Gilmour conheceria Syd Barrett, com quem começaria, ao mesmo tempo, aprender e ensinar a tocar guitarra. Em 1964 Gilmour e amigos formaram o grupo The Joker’s Wild. Gravaram um disco com 5 faixas naquele ano, com covers de Manfred Mann, Chuck Berry, Frank Lyman e Four Seasons. O álbum vendeu cerca de cem cópias entre amigos. Duas décadas mais tarde, o mesmo disco tornou-se uma rara e valiosa peça de coleção para os fãs do Pink Floyd.
Em 1965 Gilmour viajou com o grupo para a França, onde tocava em praças e barzinhos da França e, cerca de um ano depois, desfez-se. Logo depois Gilmour formou uma nova banda, juntamente com Kevin Ayers, Archie Legget, Gary Wright e Alan Reeves, chamada The Crew.
Em 1968 foi convidado por Roger Waters a integrar o grupo de seu amigo Barrett. Esta banda era justamente o Pink Floyd. Fizeram apenas quatro ou cinco shows com os cinco integrantes e não demorou muito para o estado mental de Barrett provocar sua saída da banda. O primeiro disco do Pink Floyd a ter Gilmour como guitarrista foi A Saucerful Of Secrets, lançado em 1968. Já nesse álbum, Gilmour tem seu primeiro crédito em uma música do PF, na instrumental faixa-título.
Mas foi em 1971, com o lançamento do álbum Meddle, que David realmente começaria a se destacar como vocalista e, principalmente, guitarrista na faixa “Echoes”. A partir daí, o Floyd passaria a ser comandado por duas forças criativas: David Gilmour e Roger Waters.
O primeiro álbum solo, lançado na primavera de 1978, levou seu próprio nome. Este disco fez grande sucesso, alcançando o 29º lugar em vendas. Durante a gravação Gilmour mostrou aos outros integrantes uma nova melodia, que mais tarde se tranformaria em “Comfortably Numb”, do The Wall. Em 1984, David lançou seu segundo trabalho solo, About Face, ficando também entre os mais vendidos. Este disco traz a canção “Murder” que, segundo o livro A Saucerful Of Secrets, é um desabafo da frustração e raiva de Gilmour pelo assassinato de John Lennon.
Depois de Animals, Waters passou a tratar os outros como subordinados, condição nunca aceita por Gilmour. Depois da saída de Waters, em 1984, Gilmour e Nick Mason entraram na justiça na disputa com Waters pelo nome e obra do Pink Floyd. Gilmour e Mason acabaram ganhando o direito de usá-los. Apesar de isto ter desagradado profundamente, Waters, Gilmour e Mason recontrataram Richard Wright, expulso da banda após as brigas com Waters na turnê The Wall, para reativar o Pink Floyd com a gravação de A Momentary Lapse Of Reason.
Gilmour admitiu numa entrevista, em 1992, ter tocado baixo em pelo menos metade de tudo que o PF já gravou. Em meio a insultos públicos do ex-parceiro e desconfiança generalizada da mídia, Gilmour foi novamente posto à prova e venceu: em 1988 fizeram uma turnê milionária para promover Momentary Lapse, chamada Delicate Sound Of Thunder. E em 1994, na turnê do álbum The Division Bell, que resultou no CD duplo Pulse. Gilmour, o atual líder do Pink Floyd, é considerado um dos guitarristas com estilo mais distinto do rock, utilizando ecos, distorções e “delays” como poucos.
RICHARD WRIGHT
Richard William Wright nasceu no dia 28 de julho de 1945 em uma família rica de Londres. Filho de Bridie e Cedric, Wright tem ainda duas irmãs: Selina e Guinvere. Seus pais, Bridie e Cedric Wright tinham outras duas filhas, Selina e Guinvere. Entrou para a escola particular Harberdashers e, aos 17 anos, foi para a Escola de Arquitetura. Lá conheceu o baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason, com quem formaria o grupo que daria origem ao Pink Floyd. Eles tocavam, na maior parte do tempo, covers de R&B, o que não agradava muito a Wright, que prefiria mais tocar jazz. Isto só foi mudar algum tempo depois com a chegada de Syd Barrett, que traria um novo tipo de som à banda.
Os novos improvisos de Barrett na guitarra e no teclado agradaram muito a Wright, que passou a ter mais liberdade para colocar seus sentimentos em seu teclado. Mesmo após trocar seu Farfisa por um potente EM VCS3 ele nunca abandonou o piano acústico. O novo sintetizador, entretanto, foi um instrumento crucial na definição sonora de The Dark Side Of The Moon, particularmente em “On the Run” e “Brain Damage” e mais ainda em no álbum Wish You Were Here, em especial nos efeitos de “Welcome to the Machine”.
Com a saída de Barrett do grupo abriu-se espaço para mais composições de Wright. O single “Apples And Oranges” inclui no lado B a canção “Paintbox”. O lado A do single “It Would Be So Nice” também é de Wright. O álbum A Saucerful of Secrets tem mais duas músicas de sua autoria. No disco de estúdio do álbum Ummagumma cada um dos integrantes gravou uma sessão solo.
A contribuição instrumental de Wright, “Sysyphus” - em quatro partes, leva o nome de um personagem da mitologia grega. A parte 1 é mística e tem tímpanos na percussão, enquanto a parte 2 pode ser definida como uma sonata clássica para piano da era romântica. A parte 3 é muito experimental e a parte 4, aberta com som de passarinhos cantando, contém um pesado arranjo com órgão, retomando, às vezes, o tema da parte 1. No álbum The Dark Side Of The Moon a maior contribuição de Wright foi a memorável “The Great Gig in the Sky”. Foi aí que alcançou seu instante máximo no PF: os teclados dividem espaço em pé de igualdade com a guitarra de David Gilmour e cinco das dez faixas trazem sua assinatura.
Os dois álbuns seguintes, Wish You Were Here, em 1975, e Animals, em 1977, consolidaram a posição do PF como um dos maiores nomes do rock, mas, como acontece freqüentemente, o sucesso começou a afetar as relações pessoais dentro do grupo. Trabalhos solo eram uma válvula de escape e Wright realizou Wet Dream, em 1978, acompanhado por Mel Collins (sax), Snowy Whithe (guitarra), Larry Steele (baixo) e Reg Isadore (bateria).
Quando o Floyd começou a gravar The Wall, em 1979, Waters tinha assumido o controle da banda. Wright sentiu isto na pele quando Waters ameaçou parar com as gravações se ele não deixasse o grupo (Waters, acusando-o de não contribuir em nada, chegou a dar pistas em declarações de que Wright, na realidade, estaria “chapado” demais). Wright passou os próximos dois anos como músico pago, tocando na turnê The Wall na América, Inglaterra e Alemanha. A sua saída ainda não era pública, só ficando evidente no lançamento do álbum The Final Cut, em 1983, no qual Wright não foi citado nenhuma vez nos créditos. E foi por essas e por outras que, em poucos meses, a banda sucumbiu ao peso dos desacordos de seus integrantes.
Depois de sua saída do Pink Floyd, formou uma dupla com Dave Harris chamada Zee e juntos lançaram Identity, em 1984. Harry era o antigo líder do grupo Fashion e compôs as letras para as músicas de Wright. Este é o único álbum solo de um “floydiano” que nunca foi lançado em CD. Wright retornou ao Pink Floyd, em 1987, novamente como músico pago e não integrante, depois que Gilmour e Mason reativaram a banda, durante as gravações de A Momentary Lapse Of Reason. Ele chegou muito tarde para participar das composições, mas participou da turnê mundial que confirmou a fama do Pink Floyd de arrastar multidões para shows ao vivo.
Já em The Division Bell, retornaram aos princípios cooperativos que havia perdido nos anos 70. Agora efetivado, Wright é co-autor de “Wearing The Inside Out” com Anthony Moore, e das músicas “Cluster One”, “What Do You Want From Me”, “Marooned” e “Keep Talking” com David Gilmour. O mais importante, como Wright disse: “Neste disco nós três tocamos juntos. É como o antigo Floyd novamente”. Milhares de fãs também sentiram isso durante a turnê que se seguiu, executando mais de cem shows pelo mundo todo, culminando com as 14 noites na Earls Court, em Londres, no outono de 1994.
Em 1996, Rick Wright lançou seu terceiro álbum solo, Broken China, gravado no estúdio de sua casa na França. Ele mesmo produziu o disco, junto com Anthony Moore, que também escreveu as letras. O álbum foi mixado por James Guthrie e teve a participação dos guitarristas Tim Renwick, Dominic Miller e Steve Bolton, o baterista Manu Katche e o baixista Pino Palladino, além de Sinead O’Connor cantando em duas faixas: “Reaching For The Rail” e “Breakthrough”.
O que vem a seguir? Segundo Wright: “Estou muito satisfeito com o que fiz em Broken China, e estou curtindo muito este momento. Tenho também diversas coisas para mudar na minha vida, mas elas não são tão urgentes quanto parecem. Estou realmente dando um tempo para mim. Em breve pretendo montar um novo álbum ou trilha sonora. Se o Floyd acontecer de novo, aconteceu, se não acontecer, não aconteceu. Enquanto isto eu continuo a compor”.
NICK MASON
Nicholas Berkeley Mason nasceu em Cambridge em 27 de janeiro de 1945 e cresceu em Londres, numa família de classe média-alta. O baterista/percursionista é o único integrante do grupo original que fez parte de todas as formações do Pink Floyd. Apesar de não ter muitos créditos em composições do PF, Mason tem a fama de ter sido o pacificador das crises da banda, amortecendo as brigas internas.
Lançou seu primeiro trabalho solo em 1981. Esse álbum, chamado Ficticious Sports, na verdade não tem nenhuma composição sua e o máximo que ele fez foi tocar bateria e emprestar seu nome para ajudar a promover o trabalho. O sujeito só lançaria um verdadeiro álbum solo quatro anos depois, Profiles, juntamente com Rick Fenn.
Outra grande paixão de Mason é o automobilismo, tendo inclusive uma incrível coleção de Ferraris e outros carros raros. De acordo com a revista americana Autoweek, ele tem, entre outros modelos, Ferraris 250 GTO, F40 e 246 GTS Dino, um Bugatti 35B, um Alfa 2300 e uma Maserati 250F. Podemos ver claramente seu hobby no filme La Carrera Panamericana (com trilha sonora de PF, entre outros), sobre uma corrida no México, da qual participam ele, Gilmour e Steve O’Rourke. Uma curiosidade: Mason chegou em quinto lugar.
Mason tem três filhos do primeiro casamento com Lynette, chamados Holly, Chloe e Carey. Atualmente é casado com Lindy. Recentemente, em 1998, escreveu um livro sobre a sua paixão por automóveis, chamado Into The Red. Sem ter mais que dedicar a maior parte do tempo à banda, Mason cuida da sua coleção de carros e, segundo notícias, trabalha na elaboração um vídeo e um livro sobre os primórdios do Pink Floyd.
RETORNO DE STEPHEN PEARCY AO RATT CONFIRMADO
Conforme anunciado ontem em primeira mão, os norte-americanos do Ratt estariam reunidos sob o line-up contando com o vocalista Stephen Pearcy, os guitarristas Warren DeMartini e John Corabi (ESP, ex-Mötley Crüe e outros), o baterista Bobby Blotzer e o baixista
Robbie Crane. Hoje, para a alegria dos fãs, o MySpace oficial da banda (www.myspace.com/therattpack) já confirma o retorno do vocalista.
Ozzy divulga capa e homenageia fãs em seu novo álbum solo
Foi divulgada oficialmente a capa de Black Rain, novo álbum do veteranão Ozzy Osbourne. O disco terá 11 músicas e será precedido do single I Don't Wanna Stop. Esse é o primeiro trabalho de estúdio de Ozzy em seis anos e ele homenageia seus fãs em dua músicas, Here For You e Lay Your World On Me.
O trabalho foi produzido por Kevin Churko e gravado com a banda de turnê de Ozzy, Zakk Wylde (guitarra), Mike Bordin (bateria) e Blasko (baixo). As gravações aconteceram em Los Angeles.
"É um álbum feito com calma, sem pressa", resume o próprio Mr. Madman, que inicia no final de maio, na Rússia, a turnê mundial de divulgação do trabalho.
Fonte: Blabbemouth
Andreas Kisser se apresenta com o Esfinge, sua banda pré-Sepultura
O guitarrista Andreas Kisser (foto) vai fazer dois shows com o Esfinge, que foi sua primeira banda como músico, muito antes de entrar para o Sepultura.
"Nós começamos em 1983, estudávamos todos na mesma escola e tínhamos o mesmo gosto musical. Tocávamos de Twisted Sister a Venom, nos divertíamos muito e foi um bom modo de me iniciar na guitarra", lembra Andreas. "A gente tocava em qualquer lugar, festa de aniversário, escolas, em qualquer lugar. Tenhos boas lembranças da época."
Mas o músico ainda não divulgou maiores detalhes sobre os shows.
Nesta quinta-feira, 19 de abril, Andreas estará no Ao Vivo Bar & Groove, em São Paulo (SP), com o projeto A.K. Embromation Society, onde apresentará músicas de sue álbum solo e alguns clássicos do rock. Info: (11) 5052-0072.
Produtores esclarecem pequena confusão sobre vinda de Bruce Kulick ao Brasil
Os organizadores do Kiss Fest, evento que acontece em Campinas (SP) com participação do próprio guitarrista Bruce Kulick (foto), soltaram uma nota oficial para explicar uma pequena confusão com outro evento que vai ocorrer, só que este será em São Paulo.
"Para não gerar dúvidas com relação à passagem pelo Brasil de Bruce Kulick, ex-guitarrista do Kiss, a produção do Kiss Fest vem informar que o evento denominado Kiss Party, a se realizar no dia 11 de maio, no Manifesto Bar, será somente uma apresentação de Bruce ao lado da banda Killers Kiss Cover, com abertura dos também Kiss cover Destroyer e Dynasty", informa a nota. "O evento principal, chamado Kiss Fest, no qual o artista irá conversar com o público presente, tirar fotos e conceder autógrafos, ocorrerá no dia 12 de maio, na Excalibur, em Campinas, com participação das bandas Rock Soldiers, Opera Evil, Flaming Youth, Exxotica e Killers Kiss Cover, que fechará a noite tocando ao lado de Bruce Kulick."
Agência Rock Brigade
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