quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Grapow comenta nova formação do Masterplan



A revista eletrônica holandesa Lords of Metal recentemente entrevistou o guitarrista Roland Grapow (Masterplan, ex-Helloween). Seguem alguns trechos da conversa.
Lords of Metal: Há algum tempo fiquei um tanto surpreso pela notícia de que [o cantor] Jörn Lande havia deixado o MASTERPLAN. Divergências musicais foram apresentadas como o motivo da separação, mas você não pode ser um pouco mais específico sobre o que levou a essa decisão?

Roland Grapow: Bom, antes de tudo, Jörn sempre reclamava, depois dos shows, que as coisas não estavam indo bem com ele. Em segundo lugar, nem sempre estávamos em acordo sobre as coisas que compúnhamos como uma banda. Por exemplo, quando terminávamos um álbum, meses depois ele dizia que as melodias eram em tons muito altos pra ele, que ele não poderia cantá-las bem ao vivo, que o direcionamento da banda não estava cem por cento a seu gosto, que o nosso material estava mal feito, e por aí vai. O estilo musical no qual nos encaixamos é, no entanto, importante para o MASTERPLAN. Já havíamos tentado resolver isso para o álbum “Aeronautics”, onde Jörn estava forçando a barra na direção de um heavy metal mais tradicional e direto. Ele nos achava muito progressivos e obscuros. Uli [Kusch, ex-baterista] e eu decidimos que queríamos manter nosso estilo, talvez voltando um pouco para o estilo do primeiro álbum. Então Jörn decidiu que não queria continuar na banda. Ele queria ir mais na direção de seus álbuns solo. Não me entenda mal, eu ainda gosto muito dele como cantor e ainda somos bons amigos. Acho que ele tomou a decisão correta, apesar de tudo, porque não é bom ter alguém na banda que está infeliz o tempo todo.

Lords of Metal: Claro que você sabia que não seria fáci encontrar um bom substituto, mas como você chegou ao Mike DiMeo [RIOT]?

Roland Grapow: Foi muito difícil e olhamos vários cantores. Queríamos fazer os shows agendados já com o novo cantor, mas isso era impossível, então ou cancelávamos os shows ou chamávamos Jörn para voltar e se apresentar conosco. Então Jörn cantou com a gente e foi muito legal. Estávamos tranqüilos e realmente gostamos do que estávamos fazendo. Depois daqueles shows, Mike entrou em contato comigo e eu me interessei, pois não o conhecia. Observei-o e descobri que seu estilo era bastante similar com o de Jörn – ele também é um cantor estilo-blues e isso é bom para o MASTERPLAN. Eu o elogiei primeiro sobre sua performance e então perguntei se ele estava interessado em cantar para o MASTERPLAN. Por sorte ele estava.

Lords of Metal: Não é difícil trabalhar com um cantor americano, já que ele vive do outro lado do mundo?

Roland Grapow: Não, na verdade não. Não é mais difícil do que trabalhar com um cantor norueguês. Hoje em dia realmente não há mais diferença entre você ser da Noruega ou dos Estados Unidos. O vôo leva só algumas horas a mais.

Lords of Metal: Como um resultado de sua entrada para o MASTERPLAN, Mike (teve que) saiu de sua antiga banda RIOT. Isso foi uma ação obrigatória porque você queria que ele se focasse no MASTERPLAN ou foi mesmo impossível combinar as duas bandas?

Roland Grapow: Certamente isso não foi pedido por mim. Na verdade, o RIOT anunciou outro cantor ao invés disso. Mike ficou surpreso por eles terem saído em turnê com um cantor diferente. Talvez para o RIOT, Mike se juntando ao MASTERPLAN tenha sido um motivo para procurar um substituto. Para nós não faria diferença se ele continuasse no RIOT. O RIOT está fazendo alguns shows na área de Nova York e as coisas seriam fáceis de conciliar. Eu disse a ele antes de tudo para não parar com nenhuma atividade, já que ganhar dinheiro nesse negócio também é importante e naquele tempo o futuro do MASTERPLAN está muito incerto. O mesmo com Mike Terrana. Quando ele entrou eu lhe falei que não saísse do RAGE, mas ele disse que queria sair do RAGE porque não podia mais trabalhar mais com aquela banda.

Lords of Metal: Você já mencionou a outra mudança na formação com Mike Terrana como o novo baterista. Por quê Uli saiu e por quê Mike entrou?

Roland Grapow: Mike Terrana é um velho amigo meu, então seu nome me veio à cabeça facilmente quando eu pensava num novo baterista. Primeiro eu só pedi a ele para ajudar enquanto ele estava em turnê com AXEL RUDI PELL. Ele me perguntou sobre o que tinha acontecido e quando eu contei que Uli havia deixado a banda ele disse que gostaria de ser o novo baterista do MASTERPLAN. Ele sempre gostou da banda. Eu o conheço bem e ele toca muito bem, então estou realmente feliz por tê-lo na banda.

Lord’s of Metal: Falemos um pouco sobre o novo álbum. Quando você começou os preparativos para o novo álbum e quanto tempo levou todo o processo? Mike DiMeo já era membro da banda durante o processo de composição?

Roland Grapow: Comecei a compor em Janeiro do ano passado, ainda pensando em Jörn nos vocais. Terminei por volta de seis ou sete músicas durante janeiro e fevereiro. Então tirei férias bem longas e em junho me encontrei com Uli para falar sobre as coisas que ele escreveu. Quando ele saiu, tive um encontro com Jan e Axel em setembro e decidi que não queria ter as músicas do Uli no álbum, já que ele não fazia mais parte da banda. Abrimos uma excessão para a música “Masterplan”, que achei muito boa para deixar de fora. Ainda não tínhamos material suficiente para o álbum, então escrevi “Keeps Me Burning”, “Watching the World” e “Warrior’s City”. Sobre a participação de Mike Dimeo no processo de composição: quando compomos, não escrevemos as linhas e melodias vocais. Então mandei tudo para Mike e ele escreveu as melodias e linhas vocais. A primeira tentativa dele não se encaixou muito bem ao material do MASTERPLAN, soava muito como RIOT. Aí começamos a trabalhar como um grupo para cada música e durante o processo ele entrosou e entendeu o estilo da banda. Naquele tempo eu me senti realmente seguro sobre o futuro da banda.

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